A Guarda Nacional Republicana (GNR) apreendeu esta sexta feira cerca de quatro quilogramas de meixão, em estado juvenil, avaliado em 5.700 euros, a pescadores ilegais no rio Ave, em Vila do Conde.
Em comunicado, a Unidade de Controlo Costeiro da Guarda Nacional Republicana (GNR), através do Subdestacamento de Controlo Costeiro de Esposende, explica que a apreensão ocorreu “no âmbito de uma ação de fiscalização e vigilância do controlo da captura, detenção, transporte e comercialização ilegal de meixão”.
“Os militares da Guarda detetaram um indivíduo, de 38 anos, com 3,8 quilos desta espécie, que utilizava vários utensílios de pesca e redes para a sua captura que, devido às características, são extremamente lesivas à fauna existente. O material utilizado na captura e o meixão foram apreendidos, tendo sido devolvido ao seu habitat natural por se encontrar vivo”, referiu a Guarda Nacional Republicana (GNR) em comunicado enviado às redações.
O suspeito foi constituído arguido, e os factos remetidos ao Tribunal Judicial de Vila do Conde.
A Guarda Nacional Republicana (GNR) alerta que “a Enguia Europeia (‘Anguilla Anguilla’), que na fase larvar é conhecida por enguia juvenil/meixão, é uma espécie considerada em perigo e que tem sofrido grande redução em razão da pesca ilegal, impedindo desta forma o normal ciclo de reprodução, colocando em causa a sustentabilidade da espécie”.
Para apanhar o juvenil da enguia, os pescadores usam redes idênticas às mosquiteiras, que não deixam escapar nenhum peixe e, depois da pesca, o meixão chega a ser vendido, vivo, a 1.000 euros o quilograma. E nos restaurantes pode atingir os dois mil euros.
Para os espanhóis é uma iguaria de luxo. Em alguns países asiáticos também.
Em Portugal, o meixão ou angula (juvenil da enguia) não consta habitualmente nos cardápios dos restaurantes, mas é capturado ilegalmente ao longo de quase toda a costa, para exportação, e o negócio rende milhares de euros, ilegalmente, colocando em perigo a subsistência da espécie.
A captura do meixão em Portugal só é permitida no rio Minho, mas a lei, punível com coima de 600 a 37.500 euros, é quebrada em quase todo o país.