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Labruge Talasso Hotel projetado para zona de Reserva Ecológica Nacional em Vila do Conde

22 Outubro 2020
Labruge Talasso Hotel projetado para zona de Reserva Ecológica Nacional em Vila do Conde
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A Associação ambientalista Década Reversível (ADERE) disse esta terça feira estar a “acompanhar com muita atenção” a eventual construção de um hotel numa zona de Reserva Ecológica Nacional [REN] em Labruge, freguesia de Vila do Conde.
Em causa está um terreno em frente ao mar inserido em “zona ameaçada pelo mar” e em “dunas litorais”, onde, segundo a associação, tem havido algumas movimentações que indiciam uma possível empreitada, algo “inaceitável, desprovido de qualquer enquadramento legal” e que coloca “em causa a preservação dos ecossistemas litorais”.
No final de setembro de 2013 foi apresentado o projeto para o Labruge Talasso Hotel. Um hotel especializado em talassoterapia, tratamento com água do mar e elementos marinhos, na primeira linha do mar, na freguesia de Labruge, em Vila do Conde. O projeto foi licenciado em novembro de 2013 e custaria oito milhões de euros, sendo que o investidor, Alberto Gomes, ainda procurava financiamento. O empresário do ramo da imobiliária adiantou, na altura, que ia embarcar na “aventura” de “construir num terreno em cima do mar um hotel que apenas terá pela frente a linha do horizonte”. O objetivo era criar “um produto diferenciador a nível da talassoterapia e garantir 50% da ocupação com nórdicos”.
O Labruge Talasso Hotel, como estava definido chamar-se a unidade de quatro estrelas superior, teria 114 quartos, SPA, restaurante, duas piscinas e um auditório e empregaria cerca de 40 pessoas. O projeto, ainda disponível, é da NN – Arquitetura e Planeamento, que também projetou o Hotel Teatro, no Porto.
A Câmara de Vila do Conde esclareceu que para o local chegou a estar, há cerca de uma década, “aprovada a construção de um hotel, a qual, então, mereceu parecer favorável de todas as entidades que, em razão da localização, se deviam pronunciar sobre essa pretensão”.
A autarquia de Vila do Conde acrescentou que o processo, entretanto, caducou e não foi renovado.
“Na falta de impulso do requerente em obter a correspondente licença, foi declarada a caducidade expressa desse procedimento, pelo que, à data, não existe qualquer operação urbanística aprovada para o terreno”, esclareceu a Câmara de Vila do Conde.