A Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, no distrito do Porto, aprovou o maior orçamento de sempre, com um valor de 90 milhões de euros para 2025, mais 10 milhões que o de 2024, e que contempla 32 milhões em investimentos.
O documento, que foi aprovado, na passada terça-feira, pela maioria do PSD que lidera o executivo poveiro e mereceu a posição contra dos dois vereadores do PS, a única força da oposição representada no órgão, mantém os impostos municipais no patamar mínimo e contempla uma subida do preço da água e do saneamento de acordo com a inflação.
“É maior orçamento que o município que apresentou, e tem uma forte presença da habitação municipal, de obras estruturantes, de ampliação da rede de água e saneamento, de requalificação de escolas e unidades de saúde e também um forte apoio ao associativismo, às IPSS [Instituições Particulares de Solidariedade Social] e às Juntas de Freguesias”, disse Aires Pereira, Presidente da Câmara da Póvoa de Varzim.
O autarca que lembrou que este é o seu último orçamento, uma vez que está no final do terceiro mandato, e frisou a política fiscal, que não sofre alterações, mantendo o IMI em 0,3%, o valor mínimo permitido por lei, a ausência da cobrança de derrama para as empresas e a devolução à população de 1% na taxa de IRS a que o município tem direto.
“Deixamos de cobrar cerca de sete milhões de euros em impostos, o que significa que, em 4 anos, abdicamos de 28 milhões de euros, que ficam com as pessoas e as empresas. Esta política fiscal tem dado ótimos resultados, pois tem aumentado a atratividade do concelho”, completou o presidente poveiro.
No que toca aos investimentos, nomeadamente em obras, Aires Pereira apontou, entre outras, as intervenções na Póvoa Arena [antiga praça de touros que está a ser convertida num pavilhão multiusos], e que vai ficar concluída em 2025, e dois complexos habitacionais, a ser construídos na parte poente da cidade, para serem disponibilizados em regime de arrendamento apoiado.
Na questão da água, saneamento e tratamento de resíduos, o município irá proceder apenas a um aumento de acordo com inflação, espelhando os custos imputados à autarquia pela Águas do Norte e Lipor.
Já os vereadores do PS, a única força de oposição representada no executivo camarário, votaram contra este orçamento para 2025, apontando que a maioria do PSD não aceitou as propostas do partido para o documento.
“Não houve recetividade por parte da maioria para ouvir as oposições, mas, apesar de tudo fizemos as nossas propostas publicamente, em áreas com circulação urbana, mobilidade, ambiente, habitação, ação social, educação e cultura”, disse João Trocado da Costa, vereador do PS.
“É último orçamento desta maioria, sendo o maior de sempre resultando da mobilização dos investimentos do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] que estão agora ser executados, mas, na nossa opinião não corresponde às reais necessidades dos poveiros, nem às prioridades que entendemos que seria emergente resolver no concelho”, completou João Trocado da Costa.