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Ex-presidente da Câmara de Vila Conde Elisa Ferraz critica aprovação de “empréstimo ruinoso”

31 Outubro 2024
Ex-presidente da Câmara de Vila Conde Elisa Ferraz critica aprovação de “empréstimo ruinoso”
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A ex-presidente da Câmara Municipal de Vila do Conde Elisa Ferraz, e agora vereadora da oposição eleita pelo movimento independente NAU [Nós Avançamos Unidos], considerou, esta quinta-feira, que a autarquia está a “fazer um empréstimo [bancário] ruinoso” para “mascarar gastos excessivos”.
Em causa está um crédito de 4,5 milhões de euros, a ser contratado a médio e longo prazo, que o executivo liderado pelo socialista Vítor Costa aprovou, hoje, em reunião de Câmara, para colocar em marcha várias obras no concelho.
“É um empréstimo ruinoso. Recorrem ao endividamento para fazer pequenas obras, como recuperar capelas e fazer repavimento de vias. É um embuste que serve para mascarar os gastos excessivos que a autarquia tem feito nos últimos três anos”, disse Elisa Ferraz, em conferência de imprensa à porta dos Paços do Concelho de Vila do Conde.
A ex-presidente de Câmara disse que quando cessou funções, em 2021, deixou em ‘caixa’ “sete milhões de euros, mais vários milhões que entrariam em receitas municipais”, e questionou “onde está esse dinheiro?”.
“Já se fez um empréstimo de 3,5 milhões [em 2022] e agora outro de 4,5 milhões. É uma desgovernação completa. Estamos muito preocupados com o futuro de Vila do Conde nas mãos deste presidente”, completou Elisa Ferraz.
Na quarta-feira a Câmara de Vila do Conde anunciou, em comunicado, que o empréstimo bancário serviria para “investimentos significativos para o desenvolvimento concelhio”, em empreitadas que “foram alvo de candidaturas ao financiamento comunitário no âmbito do Portugal 2030”.
“Este valor será utilizado para financiar obras de requalificação do espaço sobreposto aos Armazéns de Aprestos, do futuro parque lúdico de Caxinas e Poça da Barca, de requalificação viária em diversos locais do concelho e de reabilitação do Parque de Jogos de Vila do Conde”, pode ler-se no comunicado da autarquia vila-condense.
O movimento NAU [Nós Avançamos Unidos] contrapôs e afirmou que as intervenções mencionadas pela autarquia não são elegíveis para financiamento comunitário, criticando o facto do empréstimo, que foi hoje aprovado, em reunião de Câmara, com os votos da maioria do PS e do vereador do PSD, ser feito a longo prazo.
“Dizem que as empreitadas serão alvo de candidaturas ao Portugal 2030, mas a verdade é que estas obras, no contexto atual dos fundos comunitários, não são enquadráveis nos regulamentos. É uma dívida, feita a 11 meses do final do mandato, que vai ser herdada e terá de ser paga pelos próximos cinco executivos”, disse Pedro Gomes, elemento do antigo executivo liderado por Elisa Ferraz, e agora também vereador da oposição pelo movimento NAU.
No comunicado de quarta-feira, o atual Presidente da Câmara Municipal de Vila do Conde, Vítor Costa, garantiu que a autarquia “tem solidez financeira e está confiante de que as candidaturas a fundos comunitários para as diferentes empreitadas serão aprovadas”.
“Tal permitirá amortizar, no imediato, o valor dos empréstimos correspondente à comparticipação, ficando apenas contratada a percentagem a ser paga pelo município”, completou Vítor Costa.
Elisa Ferraz considerou a explicação do atual presidente “um embuste” e garantiu que o movimento NAU “continuará a denunciar as coisas ‘estrondosas’ que se estão a passar em Vila do Conde”.
“Os vila-condenses estão a ser enganados, dizem-se mentiras fazendo-as passar por verdades. Ainda estamos todos à espera do resultado de uma auditoria, onde nos acusavam de termos deixado um buraco de vários milhões. É bem revelador de um clima onde se diz coisas que não são verdade”, concluiu a ex-presidente da Câmara Municipal de Vila do Conde, Elisa Ferraz.