O secretário-geral do PCP respondeu hoje ao apelo à calma feito por Luís Montenegro, a propósito da discussão do Orçamento do Estado para 2025, sugerindo ao líder do PSD que tenha calma “com as Presidenciais”.
“É verdade, digo que o Senhor Primeiro-ministro tem razão. Da mesma forma, digo que ele também tenha calma com as Presidenciais, que ainda falta muito tempo”, ironizou Paulo Raimundo, após questionado sobre o apelo à calma feito pelo Primeiro-ministro na quinta-feira, a propósito da discussão do Orçamento do Estado para 2025.
As próximas Eleições Presidenciais deverão realizar-se em janeiro de 2026.
Paulo Raimundo falava aos jornalistas durante uma visita à AgroSemana – Feira Agrícola do Norte, na Póvoa de Varzim.
Na sequência de várias declarações públicas de dirigentes partidários sobre o Orçamento do Estado, cuja proposta só em outubro será apresentada, o Primeiro-ministro manifestou-se admirado com “a agitação” e pediu à oposição para ter calma, remetendo a discussão para reuniões que ficaram combinadas para setembro.
“Fico admirado de ver tanta agitação à volta dessa matéria. É preciso ter calma e cumprir o que está combinado”, afirmou o chefe do Governo, em declarações aos jornalistas.
Questionado hoje sobre o posicionamento do partido nesta discussão, Raimundo sublinhou que os comunistas votam contra e disse que o PCP “não pode nunca acompanhar um documento que é mais uma peça” do programa que segue as opções do Governo PSD/CDS-PP.
“E, assim, da nossa parte, está claro que vamos fazer o que já dissemos, não apoiamos”, disse o secretário-geral do PCP.
Já sobre o apelo à calma, Paulo Raimundo respondeu que Luís Montenegro deve ter calma com as Presidenciais porque ainda falta muito tempo.
Do lado social-democrata, o ex-líder do PSD e comentador Luís Marques Mendes disse, na quinta-feira, que está mais próximo de tomar uma decisão sobre se vai ou não candidatar-se a Presidente da República.
Esta posição de Luís Marques Mendes foi assumida na Universidade de Verão do PSD, que decorre em Castelo de Vide, em Portalegre, três dias depois de divulgada a moção de estratégia global de Luís Montenegro, recandidato à liderança do PSD.
Nesse documento, Luís Montenegro compromete-se com o apoio do partido a uma opção para as Eleições Presidenciais abrangente e diz que aguardará pelas “disponibilidades eventuais de militantes do partido”.
Sobre um eventual acordo nas negociações entre o Governo e o PS, o secretário-geral do PCP afirmou que o Governo “está tranquilamente a gerir o País com o orçamento do Governo anterior”.
“O orçamento que está em vigor foi aprovado pelo anterior Governo do Partido Socialista e é o tal das contas onde mais de metade do orçamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS) é para ser entregue ao setor que faz da doença um negócio”, sustentou Paulo Raimundo.
Sobre a situação no setor da saúde, Paulo Raimundo manifestou ainda preocupação com o encerramento, no sábado, de 13 urgências de obstetrícia.
“Até me custa dizer isto, mas na minha região, na margem sul do Tejo, vamos ter o pleno, zero urgências para cobrir milhares de pessoas”, lamentou Paulo Raimundo.