A vertente criativa e humorística de Ukra foi uma das imagens de marca do futebolista ao longo da carreira, algo que o deixa orgulhoso nesta altura em que terminou o seu percurso desportivo.
“Acho que as pessoas e os adeptos gostam de ver que um jogador, antes de ser atleta, também pode ter as suas brincadeiras. Acho que consegui conciliar as duas coisas [risos]”, começou por partilhar em entrevista, André Filipe Alves Monteiro, mais conhecido como Ukra.
O agora ex-jogador explicou que começou a fazer os seus vídeos para as redes sociais “apenas por divertimento”, mas logo sentiu “que as pessoas se identificavam, divertiam-se e pediam mais”, fazendo com que, nessas plataformas, Ukra tenha milhares de seguidores.
“Costumo dizer que se as pessoas estivessem dentro da minha cabeça, estavam sempre a rir. Lembro-me de coisas incríveis, mas depois quero fazê-las. Não consigo explicar, mas a minha cabeça está sempre a funcionar, com coisas positivas e alegres”, explicou Ukra.
O antigo atacante assumiu “que muitos vídeos ficaram ainda por fazer” e prometeu que o final da carreira não vai cercear a sua veia criativa.
“O meu ‘problema’ é que penso nessas ‘loucuras’ e tenho coragem para as fazer. Foram raros os vídeos que não ficaram logo à primeira, cada um com a sua história e com o seu momento. E certamente vão continuar”, garantiu.
De todas as experiências que teve durante a carreira, Ukra elege a passagem pelo futebol da Arábia Saudita, ao serviço do Al Fateh, como “a mais fora da caixa”, mas também uma das que mais o inspirou para a realização dos vídeos.
“Ao início, fui apalpando terreno, percebendo como eles reagiam à minha maneira de ser, mas, depois, adaptei-me muito bem. Diverti imenso e a certa altura já dizia que era mais árabe do que eles [risos]. Lembro-me que nos estágios eles [jogadores árabes] comiam de garfo e faca e eu era o único que comia com as mãos”, partilhou o agora ex-jogador.
Ukra vincou que, passados sete anos da sua passagem, por uma época, pelo futebol saudita, ainda tem antigos companheiros de equipa a enviarem-lhe mensagens, desde o Médio Oriente, a recordar esses tempos.
“Acho que ter tanta gente a lembrar-se de mim, de forma positiva e divertida, é o meu maior legado no futebol”, concluiu Ukra.