Nadadores salvadores dão formação e vigiam praias de Vila do Conde durante todo o ano

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A Câmara Municipal de Vila do Conde, no distrito do Porto, e a Associação de Nadadores Salvadores ‘Os Delfins’ assinaram hoje um protocolo para aumentar, para todo o ano, a vigilância das praias e dar formação aos alunos do concelho.
A iniciativa surge através de um projeto pioneiro, apelidado de ‘AquaVida’, que contempla que também nos meses fora da época balnear esteja garantida, diariamente, a presença de, pelo menos, três nadadores salvadores, baseados nas praias da zona urbana de Vila do Conde e de Azurara.
Além da vigilância e respetivas ações pedagógicas nos areais, estes três elementos, apoiados por dois veículos todo-o-terreno, irão também ajudar na limpeza das praias e participar em formações de literacia oceânica junto das escolas.
É também nos estabelecimentos de ensino do concelho que vai acontecer uma outra importante vertente deste projeto ‘AquaVida’, com os elementos de ‘Os Delfins’ a darem formação em suporte básico de vida.
A medida irá abranger, todos os anos, mais de 750 alunos, do 10.º ano de escolaridade, e respetivo pessoal docente e não docente, ficando os formandos com um diploma de certificação sobre esta técnica.
Além disso, a Câmara Municipal irá instalar, em todas as escolas, pavilhões e piscinas do concelho, desfibrilhadores, e fornecer, juntamente com ‘Os Delfins’, formação para operar estes equipamentos.
“Vila do Conde tem uma relação umbilical com os seus 18 quilómetros de costa e também com o rio Ave. Faz todo sentido, implementar um projeto que aumenta a segurança dos residentes e visitantes no seu usufruto e complementá-lo com esta vertente pedagógica”, disse o presidente da Câmara, Vítor Costa.
O autarca lembrou que a afluência às praias “mudou claramente nos últimos tempos” apontando que, além do pico na época balnear, “a procura surge também durante todo ano, em momentos de lazer e de prática de desportos náuticos”.
“Temos de evoluir e colaborar para que esta questão da vigilância e segurança não seja apenas feita pela Autoridade Marítima, mas também por associações capacitadas para tal. Com isso, iremos diminuir os números de acidentes e ajudar a economia local ligada ao turismo, tornando as nossas praias mais seguras e atrativas”, completou Vítor Costa.
Os nadadores-salvadores adstritos ao projeto ficarão baseados nas duas praias do concelho com maior afluência, mas estão aptos a responder, à chamada, a solicitações que surjam em toda a linha de costa vila-condense.
Carlos Ferreira, presidente da Associação de Nadadores Salvadores “Os Delfins – Escola de Formação”, destacou, além da questão da vigilância das praias, a vertente pedagógica do projeto, sobretudo entre os mais jovens.
“É muito importante ensinarmos, nas escolas, como evitar os perigos que o mar ou rio podem representar, mas também mostrar como se pode lidar com situações mais complicadas que possam acontecer. Por isso, este é um projeto abrangente, que visa o presente e futuro”, disse o responsável.
Todo o projeto será feito em complementaridade com Autoridade Marítima Nacional, que, neste caso, através da Capitania do Porto da Póvoa de Varzim e de Vila do Conde, “apoiou e congratulou” a iniciativa.
“Os nadadores salvadores são a nossa primeira linha de ação, porque estão nos locais, e tê-los agora, também, fora da época balnear, a auxiliar é um luxo para qualquer Capitão de Porto. Esta é uma iniciativa de louvar, também pela ação que vai desenvolver nas escolas, pois a prevenção é sempre a palavra-chave”, disse Mónica Martins, Comandante-local da Polícia Marítima.
Para ter este dispositivo de vigilância e formação, fora da época balnear, a Câmara Municipal de Vila do Conde vai investir cerca de 120 mil euros por ano.
O projeto poderá ser replicado em outros concelhos na região Norte, havendo, segundo a Associação ‘Os Delfins’, um interesse da Câmara Municipal do Porto em avançar para uma iniciativa semelhante.