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Correntes d’Escritas já abriu na Póvoa de Varzim com anúncio de prémios e conferência de José Gil

21 Fevereiro 2024
Correntes d’Escritas já abriu na Póvoa de Varzim com anúncio de prémios e conferência de José Gil
Cultura
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O festival literário Correntes d’Escritas, que assinala este ano 25 edições, abriu hoje oficialmente com a atribuição do Prémio Literário Casino da Póvoa de Varzim e uma conferência pelo ensaísta José Gil sobre “Literatura e filosofia”.
Com um programa centrado na “Liberdade”, em alusão aos 50 anos do 25 de Abril, o encontro de escritores de expressão ibérica que é organizado anualmente pela Câmara Municipal da Póvoa de Varzim conta este ano com a presença de 120 autores de 16 nacionalidades.
O dia começou com a entrega do Prémio Literário Casino da Póvoa, que este ano aumentou o valor monetário de 20 mil para 25 mil euros, seguindo-se, da parte da tarde, a conferência de abertura, pelo filósofo e ensaísta José Gil, com moderação de José Carlos de Vasconcelos.
No centro das atividades, que vão decorrer até dia 26, vão estar 12 mesas, com vários convidados cada, para debaterem temas inspirados em frases de poemas e canções.
Entre os autores de língua espanhola que marcam presença, destacam-se nomes como Gioconda Belli, romancista e poetisa da Nicarágua, opositora do governo, que tem desde o mês passado nacionalidade espanhola, depois de lhe ter sido retirada a cidadania pelo ditador do seu país, Daniel Ortega.
Outras escritoras ibéricas em destaque são Alana S. Portero e Pilar Adón, ambas espanholas, que lançam os seus primeiros romances em Portugal e que se estreiam no festival.
Em língua portuguesa, contam-se também, e como habitualmente, muitos escritores, entre os quais a portuguesa Hélia Correia e o cabo-verdiano Germano Almeida, que venceram o Prémio Camões em 2015 e 2018, respetivamente, a guineense Gisela Casimiro e a angolana Telma Tvon, vozes lusófonas que se têm destacado como ativistas, tanto na literatura como na performance.
Apesar de hoje ser o dia inaugural, as atividades ligadas ao festival já começaram a decorrer no passado dia 17, com iniciativas de poesia no Mercado Municipal da Póvoa de Varzim, a abertura de uma exposição de fotografia do projeto de arte comunitária de Elisa Ochoa, com fotografias de Rui Ochoa, e a apresentação de um documentário de Henrique Pina, no âmbito da residência artística de Elisa Ochoa.
O dia 19 ficou marcado pela abertura de uma exposição dedicada a Agustina Bessa-Luís, alusiva à relação da escritora com a Póvoa de Varzim, enquanto o dia 20 esteve reservado à abertura de um curso de formação para professores, “Correntes em rede V”, e para a estreia do espetáculo de teatro “A casa”, com Álvaro Laborinho Lúcio, Luís Ricardo Duarte, Raquel Patriarca e Rui Spranger, que terá várias repetições ao longo do certame.
Este ano, o Prémio Literário Casino da Póvoa contou com 13 obras a concurso, nove de autores de língua portuguesa e quatro de autores de língua espanhola.
Assim, estão candidatos ao prémio livros dos portugueses Isabela Figueiredo, Joana Bértholo, José Gardeazabal, Mário Cláudio, Paulo Moreira e Valter Hugo Mãe; da luso-angolana Djaimilia Pereira de Almeida; do moçambicano Mia Couto; da brasileira Giovana Madalosso; dos chilenos Alia Trabucco Zéran e Alejandro Zambra; da mexicana Fernanda Melchor; e do espanhol Enrique Vila-Matas.