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NAU pede demissão imediata do atual presidente da Câmara Municipal de Vila do Conde Vítor Costa

9 Novembro 2023
NAU pede demissão imediata do atual presidente da Câmara Municipal de Vila do Conde Vítor Costa
Política
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O movimento independente NAU, força política da oposição no executivo camarário de Vila do Conde, pediu esta quarta feira a demissão do Presidente da Câmara, o socialista Vítor Costa, acusando-o de “propalar graves inverdades”.
A iniciativa do NAU, da anterior presidente do município, Elisa Ferraz, que agora desempenha funções de vereadora na oposição, surge na sequência da divulgação de uma auditoria às contas da autarquia, entre 2018 e 2021, onde o atual presidente aponta, segundo dados do relatório, um “buraco financeiro de 12 milhões de euros”.
“Quem mente de forma reiterada, e revela desconhecimento profundo de todos os assuntos para a boa governação do município de Vila do Conde, não reúne condições para ser Presidente de uma Câmara Municipal. Não há qualquer buraco financeiro, muito pelo contrário, a auditoria realizada às contas municipais entre 2018 e 2021 revelam o excelente estado financeiro da autarquia”, pode ler-se num comunicado distribuído pelo NAU.
O documento foi entregue aos jornalistas, esta quarta feira, no final da reunião de executivo vila-condense, onde Elisa Ferraz, a ex-presidente da Câmara, reiterou que as conclusões de Vítor Costa sobre a auditoria “foram ofensivas e puseram em causa a honra” do anterior executivo.
“O nosso mandato sempre foi pautado pelas contas certas e pelo investimento, e esta atitude persecutória é inadmissível numa democracia plena”, começou por dizer a agora vereadora da NAU.
A ex-Presidente da Câmara garantiu que não deixou “qualquer buraco financeiro” e garantiu que se disponibilizou para responder a qualquer dúvida dos auditores, mas que não foi contactada para tal.
“É bem patente que não há qualquer buraco. No nosso mandato, a Câmara de Vila do Conde sempre se manteve acima da média nacional na execução da receita e da despesa e no investimento. O atual presidente diz que há um buraco, mas também diz que não há nada de ilegal”, completou.
Elisa Ferraz explicou que a diferença de verbas que é relatada diz respeito a “obras previstas, que estavam orçamentadas com fundos comunitários, mas que que não foram realizadas, não havendo, por isso, lugar à correspondente despesa”.
“Não percebo o porquê desta perseguição. Quais são as motivações para destruir todo o trabalho do anterior executivo? Provavelmente porque a comparação pode ser muito desfavorável para o atual Presidente da Câmara que já recorreu a três empréstimos bancários”, completou a vereadora da NAU.
Apesar de se sentir “lesada na honra por um conjunto significativo de situações e mentiras”, Elisa Ferraz garante que não irá levar o assunto para a Justiça, mantendo-o “num plano político e com constantes esclarecimentos”.
“Vamos continuar a dizer aos vila-condenses que temos orgulho no trabalho que fizemos”, concluiu.
Apesar desta posição do movimento NAU, o Presidente da Câmara Municipal de Vila Conde reiterou a existência de “um buraco financeiro” e revelou que enviou os relatório da auditoria para a Inspeção Geral de Finanças e para o Ministério Público.
“Para que não haja dúvida do rigor e da transparência da auditoria, enviamos este relatório à Inspeção Geral de Finanças e para o Ministério Público, para que, no âmbito das suas competências, façam o que entenderem, e não restem dúvidas”, disse Vítor Costa.
O autarca socialista garantiu que “o relatório da auditoria não engana, revelando uma sobreorçamentação que se traduz, em linguagem comum, a um buraco superior a 12 milhões de euros”.
“Este movimento político [NAU] nunca se conformou com os vila-condenses terem decidido eleger-me como presidente e não foi capaz de perceber que a sua narrativa das contas certas não corresponde à realidade. Além disso, ainda me insultaram, tendo hoje, em plena reunião, me chamado de sacana”, completou Vítor Costa.
O atual líder da autarquia vila-condense voltou a acusar o anterior executivo de fazer “habilidades contabilísticas” e revelou, sem se alongar, que aconteceram, esta semana, “diligências [judiciais] na Câmara, mas que que não visavam o atual mandato”.