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Presidente da AMP assume que distribuição de fundos gera “sempre tensão” entre municípios

17 Outubro 2023
Presidente da AMP assume que distribuição de fundos gera “sempre tensão” entre municípios
Política
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O presidente da Área Metropolitana do Porto (AMP) assumiu hoje que a distribuição de fundos europeus gera sempre “tensão” entre os municípios porque “uns querem mais e outros querem ainda mais”.
“Sempre que há distribuição de dinheiro há tensão porque uns querem mais e outros querem ainda mais”, disse Eduardo Vítor Rodrigues a propósito dos mais de 365 milhões de euros de fundos europeus do Norte 2030 que a Área Metropolitana do Porto (AMP) vai receber.
O autarca, que também assume a liderança da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, vincou que Gaia, Porto e Matosinhos foram três dos 17 municípios que compõem a Área Metropolitana do Porto (AMP) que viabilizaram o acordo dos fundos, apesar de ficarem prejudicados, o que decorre de um “ato de solidariedade”.
“E, mesmo assim, há municípios que não ficaram contentes. O que eu lamento é que o município que teve maior aumento, que foi Santa Maria da Feira, votou contra”, frisou.
Na sua opinião, existe ainda o pressuposto de que a forma de alavancar desenvolvimento é transferir dinheiro, nomeadamente para construir piscinas ou auditórios que, depois, estão vazios ou fechados porque não há quem os use ou frequente.
E acrescentou: “já lá vai o tempo ou já lá devia ir o tempo em que se imaginava que a construção de infraestruturas era alavanca fundamental do desenvolvimento”.
O tempo e os sucessivos quadros comunitários que, em muitos casos já padeceram desse problema, mostram que essa não é a solução, sublinhou.
Os fundos comunitários servem, em primeiro lugar, para dar resposta a problemas concretos, vincou o presidente da Área Metropolitana do Porto (AMP).
Esperando que o dinheiro seja gasto a bem da região, Eduardo Vítor Rodrigues considerou que para além de discutir a alocação dos fundos vai ser necessário debater a sua utilização e concretização.
Porque aqueles municípios que mais reivindicam são normalmente aqueles que têm mais baixas taxas de execução, entendeu.
“Dá vontade de dizer, então não gastam o que têm e querem mais do que aquilo que tiveram”, ressalvou.
A Área Metropolitana do Porto (AMP) vai receber mais de 365 milhões de euros de fundos europeus do programa Norte 2030, fazendo com que os municípios tenham mais dinheiro que no quadro comunitário anterior.
A 28 de julho, na votação, dos 17 municípios da Área Metropolitana do Porto (AMP), votaram contra Santa Maria da Feira, Valongo e Vila do Conde, e Arouca absteve-se, e na discussão as críticas mais veementes à distribuição dos fundos vieram de Emídio Sousa, autarca de Santa Maria da Feira, que a considerou “um perfeito absurdo”.
“É importantíssimo que todos percebam que a coesão metropolitana parte por ter uma atenção muito especial às periferias, sob pena de nós, na periferia, começarmos a não nos revermos nesta Área Metropolitana do Porto. Este meu voto contra tem muito a ver com isso”, explicou, naquela ocasião, o presidente da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira.