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Associação de Futebol do Porto assina protocolo de intercâmbio de árbitros com Federação Galega

28 Setembro 2023
Associação de Futebol do Porto assina protocolo de intercâmbio de árbitros com Federação Galega
Desporto
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A Associação de Futebol do Porto (AFPorto) e a Real Federação Galega de Futebol (RFGF) assinaram um protocolo de intercâmbio de árbitros, gerando experiências e qualificação contínua para aliviar as carências no setor.
“A AF Porto faz anualmente cerca de 30.000 jogos, o que dá mais de 1.200 por semana. Temos cerca de 980 árbitros de futebol e de futsal, mas, para suprir a falta deles, alguns fazem três, quatro e cinco jogos a cada fim de semana. Isto não é possível de se manter, na medida em que um árbitro precisa de estar sereno e preparado fisicamente para estar em condições”, explanou o presidente da AFPorto, José Manuel Neves.
Os dirigentes máximos do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), José Fontelas Gomes, e do Comité de Árbitros da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), Luis Medina Cantalejo, destacaram-se entre os convidados da cerimónia, na sede da maior associação distrital do futebol nacional.
O protocolo foi assinado pelos presidentes da AFPorto e da RFGF, na sequência de conversações entre as federações dos dois países ibéricos, incidindo nas duas séries da Divisão de Elite portuense, equivalente ao quinto escalão português, e no Grupo Sul do campeonato regional da Galiza, sexta categoria em Espanha, ambos de âmbito amador.
Esta medida vai ser efetivada pouco mais de uma semana depois de a entidade chefiada por José Manuel Neves ter consumado um acordo com duas escolas de Vila do Conde, cujos planos curriculares passaram a incorporar de forma pioneira cursos de arbitragem.
Assumindo a necessidade de haver mais formadores certificados pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF) para cobrir a “crescente procura”, a AFPorto ambiciona qualificar mais 400 árbitros no final deste ano letivo e “preparar o futuro”, numa lógica de renovação dos atuais quadros e de subida da quantidade de ‘juízes’ disponibilizados para as competições nacionais, que ronda os 70.
“É muito difícil angariar um árbitro, mas é muito mais difícil de o reter. Ficaria contente se 50% dos árbitros que tiram o curso ficasse nos nossos quadros. Esse sucesso só se dá monitorizando e acompanhando o árbitro jovem. Ou seja, tendo um tutor que o ajude em todos os aspetos, entre os quais o psicológico, que é bastante importante”, reconheceu.
A AFPorto formou 250 novos ‘juízes’ desde a pandemia de Covid-19 e prepara-se para começar a instruir nas suas próprias instalações “mais 173 de futebol e 30 de futsal”, ao passo que “cerca de 20” estão a ser enquadrados “com sucesso absoluto” no programa “Crescer 2024”, fundo instituído pela FPF para chegar aos 300.000 praticantes – atletas, árbitros, treinadores, dirigentes e outros intervenientes no futebol – até ao próximo ano.
“Claro que, se me perguntar se um árbitro tem anseio de ganhar mais, sim. De qualquer das formas, sabemos que a maioria vem para a arbitragem por vocação, conhecimento, motivação e por verem que a nossa associação tem um árbitro na elite da FIFA, que é o Artur Soares Dias, outros jovens já numa I Liga e alguns internacionais. À partida, é isso que motiva um árbitro. Depois, é a progressão na carreira”, admitiu José Manuel Neves.