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Pescador de Vila do Conde que fingia ser jogador para abusar de jovens condenado a 12 anos

19 Junho 2023
Pescador de Vila do Conde que fingia ser jogador para abusar de jovens condenado a 12 anos
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António Cunha, pescador de 30 anos de idade, residente em Vila do Conde, que fingia ser Eduardo Quaresma, jogador do Sporting Clube de Portugal, para abusar sexualmente das suas vítimas, foi condenado a 12 anos de prisão.
Além disso, o Tribunal de São João Novo, no Porto, decretou que o arguido terá de pagar indeminizações no valor de 76 mil euros, 62 mil euros às vítimas e o restante, 14 mil euros, ao Estado.
Em causa estão 33 crimes, de violação, extorsão, pornografia de menores e outros de natureza informática, contra 11 jovens, com idades compreendidas entre os 13 e os 24 anos.
Utilizando perfis falsos nas redes sociais, António Cunha fazia-se passar por futebolista ou empresário de jogadores para atrair as vítimas.
Com a promessa de encontros com atletas consagrados, o pescador vilacondense obtinha imagens de cariz sexual dos jovens, que ameaçava divulgar na Internet ou junto de familiares, caso estes se recusassem encontrar-se com ele.
Destes encontros resultavam violações e gravações de conteúdo sexual. Foi o caso de uma das vítimas, de 19 anos, que foi obrigada a filmar-se em atos sexuais violentos, tendo sido, simultaneamente, forçada a fornecer as ‘passwords’ da sua conta no Instagram ao agressor – que, em alguns casos, ainda exigia dinheiro.
Segundo o Tribunal, o arguido cometeu os crimes em várias zonas do País, como Porto, Braga, Maia, Santa Maria da Feira, Castelo de Paiva, Vila Nova de Gaia, Paços de Ferreira, Santo Tirso, Bombarral e Seixal.
O homem foi detido em fevereiro de 2022 e estava em prisão preventiva desde então, altura em que a sua defesa tentou alegar que era impossível ter cometido estes crimes, uma vez que passava muito tempo no mar.
Estas afirmações foram desmentidas por outros pescadores, que atestaram que António Cunha vinha a terra diariamente.
Durante o julgamento, o arguido não demonstrou qualquer réstia de remorso ou arrependimento, desvalorizando os crimes que cometeu.