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Ministra da Justiça promete uma proposta para os Oficiais de Justiça “nas próximas semanas”

28 Junho 2023
Ministra da Justiça promete uma proposta para os Oficiais de Justiça “nas próximas semanas”
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A Ministra da Justiça afirmou que as negociações com os Oficiais de Justiça têm prosseguido “em direção ao entendimento”, antecipando para as “próximas semanas” a apresentação de uma “proposta formal” para um novo estatuto profissional.
Catarina Sarmento e Castro falava na Comissão Parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias durante uma audição regimental em que respondeu, entre outras questões, ao estado das negociações com os funcionários judiciais, que estão a levar a cabo diferentes formas de greve desde janeiro.
A Ministra da Justiça garantiu que, relativamente às reivindicações dos Oficiais de Justiça, já cumpriu duas expectativas: o reforço de pessoal (mais 200 funcionários) e a autorização para 561 promoções nesta classe profissional. Antes, na sua exposição inicial diante da comissão parlamentar, a Ministra repetiu que “2023 é o ano dos Oficiais de Justiça”.
Sobre as críticas de toda a oposição e dos sindicatos por não responder já à reivindicação relativa à integração do suplemento de recuperação processual no vencimento dos funcionários judiciais, Catarina Sarmento e Castro lembrou que esta situação já esteve em cima da mesa no governo anterior e que os sindicatos não acolheram a proposta.
“Aquilo que me pedem hoje para parar a greve foi o mesmo que a anterior Ministra ofereceu e os sindicatos não quiseram”, respondeu, realçando a “boa vontade” do Governo no processo negocial e acrescentando: “o plano do Governo é conseguir, desde logo, a aprovação do estatuto e temos dado vários passos para que os Oficiais de Justiça abandonem a greve”.
Confrontada pelo PSD com a situação crítica dos jovens internados nos centros educativos, Catarina Sarmento e Castro ripostou que tem havido “um reforço dos meios humanos”, lembrando a entrada de 105 técnicos da reinserção social nos centros educativos.
A Ministra referiu que nesta e em outras áreas, seja dos guardas prisionais, do Instituto Nacional de Medicina Legal ou da contratação de pessoal para a vigilância eletrónica e violência doméstica, o “caminho vai sendo feito”, a par do lançamento de obras quer em instalações da Polícia Judiciária (PJ), quer nos tribunais ou nas cadeias.
O deputado do Chega, Pedro Pinto, criticou a Ministra por repetidamente usar o termo “fazer acontecer”, quando, ao invés, devia afirmar ‘já fizemos’, aproveitando para ler um relatório da Procuradoria Distrital do Porto que relata o “desinvestimento” e o “esquecimento” da Justiça em Portugal, aludindo à falta de 400 funcionários judiciais na área do Ministério Público, juntamente com o défice de procuradores e a lentidão dos sistemas informáticos.
O deputado questionou a Ministra sobre se, após este “relatório negro” da situação da Justiça, iria apresentar a demissão, tendo Catarina Sarmento e Castro contraposto que a “capacidade da Internet” que serve os tribunais “triplicou” e que várias melhorias têm sido feitas em diversos tribunais e instalações da Polícia Judiciária.
Admitiu, contudo, que o seu Ministério “não consegue estar em todo o lado ao mesmo tempo”, mas que muito tem sido feito, numa altura em que “vão chegar mil computadores aos tribunais”.
Quanto ao défice de magistrados, a Ministra assinalou que o Centro de Estudos Judiciários tem uma capacidade máxima de 135 formandos, razão pela qual o seu Ministério decidiu criar um polo para formação de novos magistrados em Vila do Conde.