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Maria do Céu Antunes “sensível” às preocupações dos pescadores sobre parques eólicos no mar

4 Março 2023
Maria do Céu Antunes “sensível” às preocupações dos pescadores sobre parques eólicos no mar
País
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A Ministra da Agricultura e da Alimentação garantiu que está a acompanhar “com muita sensibilidade” as preocupações dos pescadores sobre a criação cinco de áreas para parques eólicos no mar nacional.
As associações de pesca rejeitam a implementação destes projetos de energia renovável flutuante, entre Viana do Castelo e Sines, por o setor não ter sido ouvido e por comprometer a atividade das embarcações, mas Maria do Céu Antunes garantiu atenção para que “ninguém saia lesado”.
“Há uma discussão pública em curso, e o que quer o Governo é acomodar todos os setores da atividade económica e social, para que ninguém saia lesado. Acompanhamos com muita sensibilidade todas as questões que dizem respeito ao setor de pesca”, disse a governante, à margem de uma visita à fábrica de conservas A Poveira, na Póvoa de Varzim.
A Ministra apontou que haverá, em breve, uma reunião com representantes do setor da pesca, mas disse ainda não ter “dados técnicos e científicos para atestar uma posição”.
“Espero, sinceramente, que os trabalhos que estão a ser feitos tragam essas respostas, com base nos estudos técnicos. Não queremos que ninguém fique sem trabalho”, vincou Maria do Céu Antunes.
Em causa está a consulta pública da proposta de criação de cinco áreas de exploração de energias renováveis no mar, ao largo de Viana do Castelo, Leixões, Figueira da Foz, Ericeira-Cascais e Sines, que começou em 30 de janeiro e termina em 10 de março.
Na quinta feira, no final de uma reunião em Peniche, dezoito associações da pesca contestaram estes projetos, temendo que tenham um impacto direto na sua atividade.
As associações queixam-se que o possível encerramento das áreas de pesca para a ocupação de parques de energia renovável, eólicos e outros foi feito “nas costas dos pescadores”, que, alertaram, não fizeram parte de um grupo de trabalho representativo de todos os interesses no mar criado para o efeito.
“A pesca, que é o maior utilizador e cuja atividade económica depende da utilização desses pesqueiros ou de parte significativa desses pesqueiros, não foi tida em consideração”, disse Pedro Jorge Silva, presidente da Associação dos Armadores da Pesca Industrial, que integra o Movimento Associativo da Pesca Portuguesa.
“Estamos a falar de 320 mil hectares e obviamente que isto vai impactar e muito com a pesca e não houve o cuidado de ter este diálogo”, sublinhou o dirigente.
Segundo as associações, metade das 4.000 embarcações licenciadas poderá ver a sua atividade “inviabilizada” e deixar comprometida parte das 200 mil toneladas de pescado capturadas por ano.