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CCDR-N diz que mau cheiro do aterro da Resulima de Paradela vai ser resolvido “até ao fim do ano”

3 Março 2023
CCDR-N diz que mau cheiro do aterro da Resulima de Paradela vai ser resolvido “até ao fim do ano”
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A vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), Célia Ramos, estimou hoje que o problema dos odores causados pelo aterro da Resulima, na freguesia de Paradela, em Barcelos, fique resolvido “até ao fim do ano”.
“Não tenho neste momento o prazo na cabeça, mas eu diria que até ao fim do ano a questão fica resolvida”, disse hoje a responsável da CCDR-N aos jornalistas, após se reunir com vários autarcas das freguesias e concelhos afetados, como Póvoa de Varzim e Barcelos.
Segundo a responsável regional, “até ao fim do ano a questão fica resolvida da melhor maneira”, mas “até lá, há formas de minimizar” o problema dos maus cheiros no aterro de Paradela, Barcelos.
“Todos os dias estaremos atentos para que isso aconteça”, sendo também nesse campo “que entra a fiscalização, de uma forma implacável, por parte da Comissão de Coordenação”, disse Célia Ramos.
Hoje, cerca de 35 pessoas manifestaram-se à porta da sede da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), no Porto, protestando contra os odores do aterro e entoando palavras de ordem como “A ‘Resulixo’ fede!”, “Queremos ar limpo!”, “Queremos ar puro!” ou “Queremos respirar!”.
Em causa está o aterro de Vale do Lima e Baixo Cávado, que funciona desde o início de 2022, em Paradela, Barcelos e que tem sido contestado pelas populações vizinhas, designadamente da freguesia de Laúndos, na Póvoa de Varzim, por causa dos maus cheiros.
Hoje, foram recebidos pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) autarcas das freguesias de Laúndos, Rates, Estela, Navais e Aguçadoura (Póvoa de Varzim) e de Cristelo e Barqueiros (Barcelos), tendo também estado presente a vereadora do Ambiente da Póvoa, Sílvia Costa.
A vereadora considerou que a reunião “merece uma reação positiva” por parte das autarquias contestatárias, cujas preocupações “foram acolhidas” pela comissão regional.
“Tivemos a garantia, por parte da CCDR-N, de uma fiscalização implacável daquilo que será a exploração da unidade”, disse aos jornalistas.
Questionada sobre se considera compreensível o prazo apontado para resolver o problema, Sílvia Costa disse que é “compreensível face àquilo que é a complexidade para o desenvolvimento dos projetos”, mas “o que está mal é o projeto de raiz”.
“Nós gostaríamos que a resolução fosse, efetivamente, mais rápida. Percebemos que há um processo administrativo a par e que pode demorar algum tempo”, referiu.
Para Sílvia Costa, “há procedimentos diários naquela unidade que têm de ser revistos, e que têm de ser fiscalizados, porque uma coisa é uma fiscalização com data e hora marcada, outra coisa é o dia-a-dia daquela exploração”.
Pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), Célia Ramos explicou que, por parte da Resulima, “há um primeiro momento em que vai ser apresentado um estudo, há um segundo momento em que vão ser apresentadas as medidas” que a comissão apreciará e “depois haverá a fase da sua execução”.
Segundo a vice-presidente, “durante o mês de abril”, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) terá acesso aos estudos e depois haverá uma fase de três meses de apresentação dos projetos, para uma posterior execução.
“Desta reunião sai também uma postura muito firme de que o que se quer não é encerrar aquela estação de tratamento de resíduos. Mau seria se recuássemos ao tempo das lixeiras”, garantiu ainda Célia Ramos.
Em janeiro deste ano, depois de uma segunda vistoria, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) anunciou que estavam “reunidas as condições” para a emissão das licenças de exploração que ainda faltavam para aquela estrutura.
A Junta de Freguesia de Laúndos já recorreu às instâncias da União Europeia (UE) para denunciar que os fundos utilizados pela Resulima “prejudicam gravemente a qualidade de vida” das populações vizinhas.
Por sua vez, a Câmara Municipal da Póvoa de Varzim anunciou a interposição de uma ação judicial contra o Estado, por considerar que não existiu fiscalização suficiente ao aterro.