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Freguesia de Laúndos da Póvoa de Varzim cria Presépio para expor mau cheiro de aterro

26 Dezembro 2022
Freguesia de Laúndos da Póvoa de Varzim cria Presépio para expor mau cheiro de aterro
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A Junta de Freguesia de Laúndos, na Póvoa de Varzim, encontrou uma forma peculiar de expor a sua indignação perante uma situação que se estende há mais de um ano e que continua sem resolução à vista.
Para os olhares mais desatentos, o presépio à entrada da Zona Industrial de Laúndos poderia parecer igual a qualquer outro. Maria, José, Menino Jesus, Reis Magos e Animais, todos presentes numa imagem que se repete de Norte a Sul do País, mas estes exemplares lanutenses apresentam, no entanto, uma característica única. Todas as personagens humanas são apresentadas a tapar o nariz com a mão. Por sua vez, o Menino Jesus é representado a chorar, um comportamento pouco comum nos presépios tradicionais.
A acompanhar estas figuras é também possível ver uma Árvore de Natal carregada de resíduos urbanos e com moscas a sobrevoá-la.
A faixa “A Resulixo Fede!” esclarece o motivo de descontentamento da população, nomeadamente o cheiro exalado pelo aterro da Resulima na freguesia vizinha de Paradela, concelho limítrofe de Barcelos.
Nas Redes Sociais da Junta de Freguesia de Laúndos, as fotos do famoso presépio da rotunda são acompanhadas pelo texto: “as expressões das imagens retratam o sofrimento e a angústia dos Lanutenses com os maus cheiros do aterro de Paradela. Todos tapam o nariz menos o Menino que chora sem parar… A árvore mal cuidada representa uma pilha de resíduos mal tratados e o desrespeito pela mãe Natureza. Ninguém escolhe o sítio para nascer, mas podemos escolher o local onde viver. Nós Lanutenses escolhemos esta linda terra e não vamos deixar que outros a estraguem.”
As diligências da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim resultaram numa fiscalização ao aterro, onde foram encontradas irregularidades que deveriam ser corrigidas no espaço de seis meses. Desde então, segundo a Junta de Freguesia de Laúndos, nada foi feito, assumindo esta o problema da Resulima como uma prioridade do executivo para 2023.
A Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território diz não existir legislação sobre odores e passa o caso para a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte e da Agência Portuguesa do Ambiente, a quem cabe fiscalizar as medidas impostas na vistoria realizada em março e emitir ou não licenças de exploração e ambiental.