A Comissão Política do PSD de Vila do Conde exigiu esta sexta feira ter acesso ao acordo firmado entre a Câmara e a Indaqua que estabelece novos tarifários no serviço de abastecimento de água no concelho.
O entendimento foi anunciado a 15 de julho pelo presidente da Câmara de Vila do Conde, o socialista Vítor Costa, que divulgou que para 85% dos consumidores domésticos do município a fatura da água iria descer até 35%.
“O PSD/Vila do Conde, e todos os vilacondenses, exigem ter acesso ao contratualizado e a informação plena, ao invés de sermos apenas bombardeados com os números que o presidente da Câmara apregoa sem possibilidade de avaliação. Fica sempre a dúvida se não se tratará de mais uma manobra de marketing”, afirmaram os social-democratas em comunicado.
O partido, que tem um vereador no executivo e é a terceira força mais representada na Assembleia Municipal de Vila do Conde, lamenta que “passados 15 dias sobre o anúncio nenhuns outros elementos foram dados a conhecer” nos órgãos autárquicos e quer compreender “qual o custo das contrapartidas para justificar tais ganhos”.
“É importante perceber se este acordo importa para os vilacondenses um efetivo ganho na sua qualidade de vida ou serviu meramente para justificar uma promessa eleitoral. Não entendemos esta pressa do presidente de Câmara em acenar com um acordo que pressupõe descida do preço da água, mas se desconhece em que se traduz concretamente”, acrescentou o PSD de Vila do Conde.
Os social-democratas referem-se a uma das premissas do acordo para a descida do preço da água, que implica o aumento da concessão por mais 10 anos, prologando-a até 2058, considerando que tal “agrilhoa as gerações futuras numa concessão que já quando o presidente da Câmara a contratualizou em 2008 era extremamente longa”.
“Sabemos que as gerações vindouras ficarão oneradas com o alargamento do prazo de uma concessão que sempre se mostrou ruinosa para os vilacondenses, que a Câmara deixará de receber rendas pela concessão, o que se traduz numa perda anual de cerca de 250 mil euros até ao final da concessão e o que significa uma perda de receitas para o município de cerca de 9.250.000 euros, e que passará a pagar a água das regas que consome e no escalão adequado”, apontaram os social-democratas.
No anúncio público deste acordo entre a autarquia a Indaqua, a 15 de junho, o presidente da Câmara de Vila do Conde anunciou-o como “histórico”, lembrando que, com as negociações feitas, o município sai “do topo do ranking dos 30 concelhos com a água mais cara do país”.
“Pela primeira vez, e de forma significava, a tarifa da água baixa para os consumidores domésticos em Vila do Conde. Foi uma das maiores prioridades do executivo termos água a um preço justo e aceitável”, apontou então Vítor Costa.