Alga Noctiluca Scintillans dá bioluminescência ao mar das Caxinas e de Vila Chã em Vila do Conde

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As ondas do mar das praia das Caxinas e de Vila Chã, em Vila do Conde, ganharam bioluminescência na passada sexta feira à noite, num fenómeno provocado por algas, conhecido por Maré Bioluminescente, Maré Vermelha ou Maré Luciferina.
De acordo com a Ciência, o mar ganha bioluminescência na sequência de uma reação química associada a uma alga, Noctiluca Scintillans, um dinoflagelado que emite uma luz azul, numa espécie de mecanismo de autodefesa.
Este fenómeno, que é vulgarmente conhecido por Maré Bioluminescente, Maré Vermelha ou Maré Luciferina, resulta do contacto de águas quentes e salinas com águas frias com microorganismos, gerando uma concentração invulgar de espécies, não tóxicas, como a Noctiluca Scintillans.
“As Marés Bioluminescentes são o que normalmente, durante o dia, chamamos de Marés Vermelhas”, começa por explicar Victor Vasconcelos, diretor do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) e especialista neste tipo de microorganismos.
“São expulsões de populações de microalgas, chamadas Noctiluca Scintillans, uns dinoflagelados, que quando estão presentes em grande quantidade dão um aspecto avermelhado à água do mar. E ao contrário de algumas marés vermelhas que ouvimos falar, esta não é tóxica”, informa Victor Vasconcelos.
“Estas algas têm a particularidade de produzirem uma reação de bioluminescência, ou seja, uma reação química que quando são agitadas na água emitem uma luz”, diz Victor Vasconcelos.
“Este fenómeno acontece por haver azoto nas águas. Como qualquer alga, precisam de nutrientes e como no Norte existem muitos desses nitratos, principalmente no verão, este fenómeno acontece”, conta Victor Vasconcelos.
“Se tivermos esses nutrientes e dias muito quentes temos a solução para que estas espécies se reproduzam e exista este fenómeno”, salienta Victor Vasconcelos, diretor do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) e especialista neste tipo de microorganismos.
Em Vila do Conde, já foi possível ver a bioluminescência da Noctiluca Scintillans, em 24 e 25 de julho de 2020, também nas praias de Caxinas e Vila Chã.
As Marés Bioluminescentes, Marés Vermelhas ou Marés Luciferinas são frequentes na Austrália, na Califórnia, no Japão, nas Maldivas, em Porto Rico, no Reino Unido, na Tailândia e na Tasmânia.