O PS da Trofa revelou na passada sexta feira que a empreitada de construção dos novos Paços de Concelho já custa mais dois milhões de euros do que o valor inicial e que solicitou uma auditoria independente.
Em comunicado, o PS trofense informou que a decisão decorre da “quarta proposta de trabalhos complementares da empreitada, aprovada hoje [sexta feira] com os votos dos quatro vereadores do PSD/CDS-PP presentes”.
“Até agora, à obra dos Paços do Concelho, adjudicada inicialmente pelo valor de 8.254.071,60 euros, somam-se quatro derrapagens que perfazem um total de 1.888.085,58 euros”, assinala o PS, que contabiliza da “primeira derrapagem 165.199,03 euros, da segunda derrapagem 146.223,55 euros, da terceira derrapagem 952.744,72 euros e da quarta derrapagem: 623.918,28 euros”.
O alerta e o pedido de auditoria independente à empreitada de reabilitação e refuncionalização das antigas instalações da Indústria Alimentar Trofense, onde se localizará o edifício dos Paços do Concelho, partiu dos dois vereadores socialistas, Amadeu Dias e Miguel Tato Diogo.
Considera a vereação socialista que uma auditoria independente tranquilizaria os trofenses e “permitiria salvaguardar o próprio executivo municipal de eventuais penalizações futuras decorrentes dos normais procedimentos de auditoria do Tribunal de Contas e da Inspeção Geral de Finanças, frequentes em obras desta dimensão e com sucessivas e significativas derrapagens financeiras”.
Pretende com isto o PS “acautelar que os trofenses não venham a ter de suportar pesados encargos futuros decorrentes de penalizações financeiras e legais, que os sucessivos aumentos de preço desta empreitada eventualmente venham a causar ao município”.
Alertam os socialistas que as “sucessivas derrapagens do custo desta obra e o endividamento municipal que a mesma tem provocado diminuem substancialmente a capacidade de investimento do município e podem dificultar o acesso da Trofa aos fundos comunitários para obras e projetos essenciais ao bem-estar das populações e ao desenvolvimento sustentável do concelho”.
Enfatiza o PS que à construção dos Paços do Concelho “junta-se a da Praça do Município, obra para a qual a Câmara da Trofa vai pedir um empréstimo de quase 3,9 milhões de euros”, sendo que “falta ainda apurar o valor que está a ser gasto nas expropriações de casas e terrenos”.
A 26 de outubro de 2018, o presidente da Câmara da Trofa, Sérgio Humberto, revelou que os futuros Paços do Concelho iriam custar 8,9 milhões euros, acabando no ano seguinte a construção por ser atribuída à empresa de Vila Nova de Famalicão Telhabel, pelo valor de cerca de 8,2 milhões de euros.
Em resposta, Sérgio Humberto explicou que à reunião de Câmara foram sexta feira “trabalhos complementares, que são erros e omissões, e trabalhos a mais. E também trabalhos a menos que, já se sabe, atingem os 319.182.00 euros”.
“No final da obra, e continuando a falar dos trabalhos a menos, há sempre uma elaboração de autos de trabalhos a menos”, acrescentou o autarca social-democrata que, por isso, considerou a análise “prematura, imatura e irresponsável dos vereadores do PS”.
Sérgio Humberto prosseguiu, afirmando que a obra “está para ser concluída entre o final do ano e início do próximo” e que “na política não vale tudo”.
“A Câmara da Trofa foi a que mais dívida reduziu e estamos numa situação muito confortável financeiramente, apresentando uma liquidez de cerca de 4,5 milhões de euros”, assinalou o também candidato às próximas eleições autárquicas entre setembro e outubro próximos.