O PCP acusou esta segunda feira os autarcas da Área Metropolitana do Porto (AMP) de “incompetência”, criticando o “reacender de guerras” no âmbito do concurso de transportes para o Grande Porto e reiterado a defesa da STCP como operador interno.
“O que temos é o reacender de guerras entre presidentes de Câmara, a demonstração da incompetência e da incapacidade para uma resposta metropolitana, a indisponibilidade para articular soluções, as vaidades e os egos que se sobrepõem às necessidades dos utentes e populações, a defesa de interesses inconfessáveis para que tudo fique na mesma”, observa a Direção da Organização Regional do Porto (DORP) do PCP, em comunicado.
Na sexta feira, o presidente da Câmara de Gondomar, Marco Martins, acusou a Comissão Executiva da Área Metropolitana do Porto (CmP) de “perseguição”, alegando que aquele órgão teve de encontrar um “bode expiatório” para os erros “graves” que cometeu no concurso de transportes.
Marco Martins comentava a posição da Comissão Executiva do Conselho Metropolitano do Porto (CmP) na reunião de sexta-feira – na qual se fez representar pelo seu vice-presidente -, que disse estar indisponível para assinar o contrato para concessão dos transportes na Área Metropolitana do Porto (AMP), depois de o autarca de Gondomar recusar deliberar a assunção de quaisquer encargos no valor de 933 mil euros/ano.
Para a organização regional do PCP, o concurso metropolitano de transportes deveria ser a forma de assegurar uma oferta adequada às necessidades de mobilidade, com maior eficácia, melhoria do serviço, rejuvenescimento da frota e sustentabilidade ambiental, entre outros.
“Os mais recentes desenvolvimentos sobre o concurso metropolitano de transportes confirmam como este modelo das áreas metropolitanas é incapaz de resistir e superar a visão individualista e egoísta de autarcas incapazes de procurar convergências e articulações capazes de responder aos problemas no plano metropolitano e regional”, acusa.
Para a Direção da Organização Regional do Porto (DORP) do PCP, não há, em matéria de transportes e mobilidade, “uma única medida significativa”, de sentido positivo, que os órgãos metropolitanos tenham sido capazes de conceber, e não fosse “a persistência do PCP ao longo de mais de 20 anos ainda hoje não” existiria “o Passe Único e a redução verificada no âmbito do PART [Programa de Apoio à Redução Tarifária nos Transportes]”.
A situação, acrescenta o PCP, “confirma que é possível reverter o caminho seguido e assumir uma estratégia com base na definição do operador público, a STCP, como operador interno da Área Metropolitana do Porto”.
A Direção da Organização Regional do Porto (DORP) do PCP propõe que seja criada uma estrutura de definição da rede (carreiras, serviços, horários e frequências) e acompanhamento da operação que envolva as autarquias, os trabalhadores e os utentes.
Por outro lado, defende que sejam tomadas as medidas necessárias para que a STCP seja definida como operador interno dos seis concelhos – Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto, Valongo e Vila Nova de Gaia – onde opera.
A organização regional propõe ainda que seja definido um calendário de alargamento faseado aos restantes concelhos onde a STCP passará futuramente a assumir a operação, substituindo os privados à medida que tenha condições para assegurar o serviço com qualidade, salvaguardando os postos de trabalho das empresas privadas que fazem hoje o serviço.