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Militante histórico do PS Manuel dos Santos diz que TC lhe deu razão no processo disciplinar

16 Junho 2021
Militante histórico do PS Manuel dos Santos diz que TC lhe deu razão no processo disciplinar
Política
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O Tribunal Constitucional (TC) deu razão a Manuel dos Santos no caso da suspensão, pelo Partido Socialista (PS), dos seus direitos de eleger e ser eleito durante dois anos, revelou esta segunda feira o histórico militante.
Em abril, a Comissão Nacional de Jurisdição do PS deu “provimento parcial” a um recurso de Manuel dos Santos, expulso do PS em 2017, pela distrital do Porto, numa decisão que o militante acabou por considerar “insuficiente” e que motivou o seu recurso para o Tribunal Constitucional (TC).
“Recorri para o TC”, reforçou esta segunda feira Manuel dos Santos, em declarações, “e este acaba de me mandar o acórdão, com data de dia 7 [de junho], no qual me dá razão e manda arquivar o processo”.
Segundo o histórico militante socialista, o “extenso” acórdão do Tribunal Constitucional (TC), com “mais de 60 páginas”, refere que “a 3.ª Secção do TC aprovou por unanimidade a existência de graves irregularidades, uma vez que não foram concedidos os adequados meios de defesa” ao recorrente.
O histórico militante do PS referiu, ainda, desconhecer “se a decisão é passível de recurso” para o plenário, mas frisou que isso “seria um disparate” da parte do PS, uma vez que “o plenário do TC só iria confirmar” a decisão.
“Por mim, do ponto de vista jurídico, não tenho nada a acrescentar. Se o TC tivesse mantido qualquer condenação, eu aceitava e demitia-me do PS. Assim, vou ver o que fazer, sem prejuízo de mais tarde ver se vale a pena continuar nesta luta. Embora hoje o partido que, hoje, chamo de “Costista”, não tenha nada a ver com o [Partido] Socialista”, concluiu Manuel dos Santos.
Há menos de um ano, Manuel dos Santos recebeu ordem de expulsão por parte da Comissão de Jurisdição do Porto por ter chamado “cigana” à presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Luísa Salgueiro, numa publicação feita no Twitter, em 2017, mas recorreu para o nível nacional do mesmo órgão partidário.
“Luísa Salgueiro, dita a cigana e não é só pelo aspecto, paga os favores que recebe com votos alinhados com os centralistas”, escreveu Manuel dos Santos numa crítica aos deputados do círculo eleitoral do Porto que apoiaram a candidatura de Lisboa para sede da Agência Europeia do Medicamento.
Manuel dos Santos, no entanto, nega ter ofendido pessoalmente a atual autarca de Matosinhos e classificou o caso como “perseguição”.
O histórico militante anunciou, logo a seguir, que iria recorrer para o Tribunal Constitucional (TC) da decisão do partido que transformou a sua expulsão numa suspensão de direitos de eleger e ser eleito durante dois anos.
Apesar de “confortável” com a decisão da Comissão Nacional, Manuel dos Santos explicou, na altura, que não pode “hesitar na defesa da honra”, assim como na “afirmação dos valores e princípios” que aprendeu e praticou “nos últimos 48 anos, no PS de [Mário] Soares e [Salgado] Zenha”.
“Como alguém disse recentemente, “lei é lei” e eu esgotarei todos os meios de defesa antes de considerar esta assunto encerrado”, prometeu Manuel dos Santos.