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Lucro do grupo RAR dispara para 22,6 milhões de euros em 2020 com destaque para RAR Açúcar

8 Junho 2021
Lucro do grupo RAR dispara para 22,6 milhões de euros em 2020 com destaque para RAR Açúcar
Economia
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O lucro do grupo RAR, dono da Colep e da Vitacress, aumentou para 22,6 milhões de euros em 2020, face aos 3,4 milhões de 2019, destacando-se a “evolução muito positiva” da RAR Açúcar, anunciou esta segunda feira a ‘holding’.
De acordo com o relatório e contas do ano passado, agora divulgado, o volume de negócios do grupo RAR recuou 6,3%, para 731,7 milhões de euros, e o EBITDA (resultados antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) progrediu 18,6%, para 71,4 milhões de euros.
“Em particular, destaca-se a evolução muito positiva da RAR Açúcar, a inverter o cenário negativo de 2019, consequência do enquadramento do setor no mercado europeu, para resultados líquidos positivos no presente exercício”, lê-se no relatório.
Citado num comunicado, o presidente do grupo RAR refere que, “num ano atípico, enfrentaram-se condições verdadeiramente excecionais, com a pandemia a afetar as economias, os negócios e as pessoas de uma forma bastante assimétrica”.
“Pelas características do nosso portefólio de negócios, mas também devido à qualidade e empenho dos nossos gestores e colaboradores, o impacto foi bastante moderado, embora modelado pelas fortes mudanças que se operaram nas formas de consumo”, afirma Nuno Macedo Silva, acrescentando que o grupo entrou em 2021 “ainda condicionado pelos efeitos da pandemia, apelando, naturalmente, a uma posição de prudência nos negócios”.
Analisando o desempenho das várias empresas do grupo, a RAR assinala que “a Colep enfrentou bem as consequências internas e externas do impacto da pandemia e mostrou uma boa evolução dos seus níveis de rendibilidade, apesar de alguma contração sentida nas divisões de ‘Consumer Products e Healthcare’, na Europa”.
Na globalidade das suas localizações, a Colep registou vendas de 357 milhões de euros e alcançou um EBITDA, antes de operações de reestruturação, de 46,6 milhões de euros.
Já a Vitacress apresentou um “desempenho global positivo e robusto ao longo de todo o ano de 2020”, reportando um volume de negócios de 156 milhões de euros e um EBITDA de 19 milhões de euros.
“Embora os seus clientes da distribuição e retalho alimentares tenham tido um bom desempenho, no geral, o dos outros serviços ligados à alimentação foi afetado pela contração do setor hoteleiro e da restauração”, lê-se no comunicado.
Inversamente, a pandemia levou a um “aumento significativo da culinária doméstica, produzindo um efeito positivo sobre o segmento das ervas aromáticas frescas, em particular no Reino Unido, na Holanda e na Alemanha”.
Segundo o grupo RAR, as vendas ibéricas da marca tiveram um bom desempenho e a Vitacress “prosseguiu o seu desenvolvimento enquanto líder de mercado em Portugal, quer ao nível das saladas embaladas, quer dos vegetais ‘prontos a consumir’”.
Quanto à RAR Açúcar, continuou em 2020 “a consolidar a sua posição” no mercado ibérico, num exercício descrito como “particularmente positivo face à realidade vivida nos anos anteriores e, mais ainda, tendo de enfrentar os efeitos de uma pandemia”.
“Os bons resultados foram, em grande parte, motivados quer pela ‘performance’ na compra da matéria-prima, quer pelas boas práticas na gestão das vendas, em que se destaca o expressivo crescimento da gama de produtos de valor acrescentado que comercializa”, refere.
Assim, e “apesar de ter enfrentado um decréscimo da procura decorrente do encerramento de cafés e restaurantes”, o EBITDA da RAR Açúcar ultrapassou os cinco milhões de euros – “numa grande inversão relativamente a 2019” – e o volume de negócios aproximou-se dos 70 milhões de euros.
No que se refere à Acembex – uma empresa de comércio internacional que se posiciona como um dos maiores operadores nacionais de cereais (trigo, milho, arroz e cevada) e de outras matérias-primas para a indústria agroalimentar – registou uma faturação de 146 milhões de euros e um EBITDA de 547 mil euros.
Já a RAR Imobiliária reporta um “desempenho positivo” no ano passado, em que concluiu a comercialização do ‘Edifício do Parque’, concretizou a venda de 70% das moradias na ‘Quinta do Paço Lumiar’ e iniciou a comercialização do ‘Novo Parque’, em Matosinhos.
Em Vila do Conde, a RAR é proprietária do Mosteiro de São Simão, na freguesia da Junqueira, para onde tem previsto um projeto de loteamento, já aprovado pela Câmara Municipal em 2018.
“O projeto prevê a construção de 133 moradias unifamiliares, um hotel de charme, um aparthotel e um campo de golfe de nove buracos e está, atualmente, em fase de aprovação do PIP [Pedido de Informação Prévia] pela Câmara Municipal de Vila do Conde”, lê-se no sítio da RAR Imobiliária.
“Foram transacionados alguns ativos do património imobiliário da empresa e adquiridos outros, de forma a garantir a continuidade do negócio, que representou, em 2020, um volume de três milhões de euros e um EBITDA de um milhão de euros”, refere o grupo.
O grupo RAR integra um portefólio de negócios que vai das áreas de embalagem e alimentar à imobiliária e serviços.
A RAR tem um total de 4.200 colaboradores e está presente nos mercados de Portugal, Alemanha, Brasil, Emirados Árabes Unidos, Espanha, México, Polónia e Reino Unido.