Câmara de Vila do Conde readapta tradição dos Tapetes de Flores no dia do Corpo de Deus

Cultura

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As celebrações do Corpo de Deus em Vila do Conde vão ser este ano readaptadas, devido às contingências da pandemia da Covid-19, e em vez dos tradicionais Tapetes de Flores nas ruas cidades vão ser os edifícios a ser decorados.
Nessa ação, a Câmara Municipal de Vila do Conde vai utilizar 1.500 quilos de flores naturais, que vão servir para decorar, com coroas e grinaldas, os edifícios contíguos às artérias por onde, esta quinta feira, passaria a procissão religiosa do Corpo de Deus.
No entanto, para que não se esqueça a tradição dos Tapetes de Flores, que habitualmente são feitos pelos habitantes da cidade, num esforço coletivo desenvolvido de quarto em quatro anos, a autarquia vai ainda promover uma exposição, com 16 painéis de imagens dos tapetes de anos anteriores, que vão ser expostos em vários pontos do Vila do Conde.
A autarquia vilacondense vai também exibir um documentário, no Teatro Municipal de Vila do Conde, com o título ‘Tapetes de Flores: testemunhos do tempo’, que contém entrevistas a pessoas de várias gerações que costumam estar envolvidas na manufatura dos tapetes de flores, revelando sua experiência, motivação e memórias.
A realização dos Tapetes de Flores é uma tradição secular, cuja data mais antiga remonta a 1466, que embeleza as ruas do centro histórico de Vila do Conde e atrai milhares de visitantes.
Os moradores da zona histórica de Vila do Conde desfolham toneladas de flores, folha a folha, pétala a pétala, e, aos poucos, vão enchendo caixas de papelão onde se conservam bucho, funcho e pampilhos, os primeiros a serem desfolhados. Aos verdes, vão depois juntar-se os pampilhos amarelos e não tarda chegam ainda as rosas e as granjas, que, por causa da conservação, são as últimas a serem desbulhadas.
A par de tudo isto, há aqueles que se dedicam apenas à conceção das formas, desenhando os motivos e construindo o que vai dar a forma aos Tapetes de Flores.