A Metro do Porto lançou hoje o concurso público para realização de sondagens geotécnicas a desenvolver no âmbito do estudo de viabilidade de expansão da rede na área metropolitana, tendo definido o preço base em 700 mil euros.
O procedimento para Prestação de Serviços de Prospeção Geotécnica, publicado hoje em Diário da República, determina um prazo de execução do contrato de 180 dias, podendo as propostas ser apresentadas até ao 32.º dia a contar da data de envio do presente anúncio (22 de abril).
Questionada a empresa, fonte oficial da Metro do Porto esclareceu que estas sondagens geotécnicas se inserem no âmbito do protocolo, celebrado em fevereiro de 2020, entre a Área Metropolitana do Porto (AMP) e o Governo para o estudo de viabilidade da expansão da rede de Metro do Porto, cujo prazo de conclusão previsto era de 10 meses.
A AMP propôs ao Governo avançar com os estudos de viabilidade económica em sete linhas de metro do Grande Porto, que vão servir de base às escolhas.
Em causa estão cerca de 860 milhões de euros do Plano Nacional de Investimento (PNI) 2030, sendo que cerca de 620 milhões de euros se destinam à consolidação da rede de Metro do Porto e 240 milhões de euros são para o desenvolvimento de sistemas de transportes coletivos.
As verbas deverão ser executadas entre 2021 e 2030.
O protocolo foi assinado pelos municípios diretamente envolvidos: Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto, Póvoa de Varzim, Trofa, Vila do Conde e Vila Nova de Gaia.
À data, na cerimónia de assinatura do protocolo que teve lugar em Gondomar, o Ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, garantiu que os estudos para futuros investimentos no metro ou em linhas de metrobus vão ser feitos “de forma completamente transparente e com o maior rigor técnico”.
A garantia do governante não impediu a presidente da Câmara Municipal de Vila do Conde, Elisa Ferraz, de lamentar publicamente o protocolo “feito à pressa” e o autarca da Trofa, Sérgio Humberto, de lembrar aos jornalistas que a linha de metro daquele concelho já foi alvo dos “estudos todos”, sendo uma promessa do Governo com 18 anos, feita por dali terem retirado a linha de comboio.
Já o presidente da Área Metropolitana do Porto, Eduardo Vítor Rodrigues, defendeu a necessidade de lutar pela expansão da rede com “estudos rigorosos” e “inteligência”, em vez de o fazer com “insulto ou berraria parola”.
À data, o também presidente da Câmara de Gaia frisou ainda que “só por cegueira partidária ou obsessão por insultos, alguns não perceberam” estar em causa um momento que “traz novas oportunidades para lutar por mais” no que diz respeito à expansão do metro, pelo que devia ter sido “aproveitado para unir e não para dividir”.
Além da ligação Casa da Música-Devesas-Santo Ovídeo (Gaia), cuja abertura do concurso público para elaboração de projeto de execução foi hoje publicada em Diário da República, entre as sete linhas propostas pela AMP está o prolongamento da linha circular (Casa da Música-Pólo Universitário da Asprela ou Combatentes), Gondomar (Campanhã-Souto, via Valbom), São Mamede (Pólo Universitário Asprela/Fonte do Cuco), ISMAI-Trofa, Campo Alegre e II Linha da Maia (Pólo Universitário Asprela/FEUP – Maia).