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Marcelo Rebelo de Sousa aponta fim do Estado de Emergência como uma esperança mobilizadora

28 Abril 2021
Marcelo Rebelo de Sousa aponta fim do Estado de Emergência como uma esperança mobilizadora
País
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, apontou esta terça feira o fim do Estado de Emergência como “sinal de esperança mobilizadora” e “reconhecimento do consistente e disciplinado sacrifício de milhões de portugueses”.
O chefe de Estado comunicou ao país que não irá propor outra renovação do Estado de Emergência, que assim terminará na próxima sexta feira, 30 de abril, às 23:59, após 173 dias consecutivos em vigor, desde 9 de novembro – depois de já ter sido aplicado durante 45 dias entre março e maio do ano passado.
“Nesta decisão pesou a estabilização e até a descida no número médio de mortes, de internados em enfermaria e em cuidados intensivos, assim como a redução do R, indicador de contágio, bem como a estabilização do número de infetados, ou seja, a incidência da pandemia. Pesou também o avanço em testes e, ainda mais importante, em vacinação, que saúdo e incentivo”, justificou.
Numa comunicação a partir do Palácio de Belém, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa disse ainda que também contribuiu para esta decisão o facto de “já terem decorrido mais de um mês sobre a Páscoa e a primeira abertura das aulas e mais de três semanas sobre a segunda abertura das escolas”.
“Pesou ainda o que significaria como reconhecimento do consistente e disciplinado sacrifício de milhões de portugueses desde novembro e mais intensamente desde janeiro. E também como sinal de esperança mobilizadora para o muito que nos espera a todos, na vida e na saúde, na economia e na sociedade”, acrescentou.
Segundo o Presidente da República, Portugal passou de “ver ao fundo do túnel” no combate à Covid-19 para uma fase de “luminosidade crescente”.
No entanto, citando “os especialistas neste domínio”, o chefe de Estado referiu que esta não é ainda uma “época livre de covid, livre de vírus” e que se enfrenta “o risco de novas variantes menos controláveis pela vacina, à medida que se multiplicam os contactos e as infeções”.
“Tudo isto justifica uma preocupação preventiva de todos nós. Cada passo é um passo baseado na confiança coletiva. E temos de poder contar, nas palavras de uma especialista, com cada um de nós”, considerou.
Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que, mesmo “sem Estado de Emergência, como tem feito e bem o Governo e o senhor primeiro-ministro tornado claro nas suas intervenções, há que manter ou adotar todas as medidas consideradas indispensáveis para impedir recuos, retrocessos”.
E avisou que, “se necessário for”, não hesitará mais tarde “em avançar com novo Estado de Emergência”.
O atual período de Estado de Emergência – o 15.º decretado pelo Presidente da República no atual contexto de pandemia de Covid-19 – teve início em 16 de abril e termina às 23:59 desta sexta feira, 30 de abril.
Este quadro legal, que tem permitido a adoção de medidas restritivas de direitos, liberdades e garantias para conter a propagação da Covid-19 em Portugal, só pode ser decretado pelo Presidente com a duração de 15 dias, sem prejuízo de eventuais renovações, ouvido o Governo e com autorização do parlamento.
Ao abrigo do Estado de Emergência, o executivo determinou um dever geral de recolhimento domiciliário e a suspensão de um conjunto de atividades, a partir de 15 de janeiro, e uma semana mais tarde interrompeu as aulas presenciais.
Em 15 de março, começou o processo de desconfinamento, com uma reabertura gradual de estabelecimentos de ensino e do comércio, dividida em quatro etapas, que prosseguiu em 5 e 19 de abril, embora alguns municípios com maior taxa de incidência não tenham avançado para a fase seguinte.
A última etapa do plano de desconfinamento do Governo está prevista para a próxima segunda feira, 3 de maio.
Em Portugal, já morreram perto de 17 mil pessoas com Covid-19 e foram contabilizados cerca de 835 mil casos de infeção com o novo coronavírus SARS-CoV-2 que provoca esta doença, de acordo com a Direção-Geral da Saúde (DGS), mas há 794.205 doentes recuperados.