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Agência da Curta Metragem e Curtas de Vila do Conde juntam-se à iniciativa Filmes para a União

2 Março 2021
Agência da Curta Metragem e Curtas de Vila do Conde juntam-se à iniciativa Filmes para a União
Cultura
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A distribuidora Agência e a cooperativa Curtas Metragens vão juntar-se à iniciativa “Filmes para a União”, que disponibiliza filmes em exibição semanal ‘online’, paga, com as receitas a reverterem para o grupo solidário União Audiovisual.
“A partir de dia 02 de março [terça-feira], a distribuidora portuguesa Agência – Portuguese Short Film Agency e a Cooperativa de Produção Cultural Curtas Metragens CRL juntam-se à iniciativa ‘Filmes para a União’, no contexto da qual passarão a disponibilizar, às terças-feiras, neste videoclube solidário, produções da Curtas Metragens CRL, agenciadas pela Agência”, lê-se num comunicado da distribuidora Agência e da cooperativa Curtas Metragens.
Em meados de fevereiro deste ano, as produtoras portuguesas O Som e a Fúria, Terratreme Filmes e Uma Pedra no Sapato criaram a “Filmes para a União”, que reúne longas e curtas-metragens produzidas pelas três produtoras, disponibilizadas na plataforma digital Vimeo, e cujo valor do aluguer será canalizado para a União Audiovisual, grupo de apoio a profissionais da Cultura, surgido em contexto de pandemia da Covid-19.
A produtora O Som e a Fúria já tinha avançado em janeiro com a iniciativa de disponibilizar ‘online’ alguns dos filmes já produzidos e exibidos em festivais, recuperando a “tradição das estreias”, às quintas feiras.
O projeto foi alargado em fevereiro, com as duas outras produtoras, juntando cerca de 30 filmes, e com uma intenção solidária.
Os filmes da produtora Terratreme são disponibilizados às segundas feiras, os de Uma Pedra no Sapato às quartas feiras e os da O Som e a Fúria às quintas feiras.
Juntam-se agora os filmes da Agência e da cooperativa Curtas Metragens, que vão ser disponibilizados às terças feiras.
“A glória de fazer cinema em Portugal”, de Manuel Mozos, “A rua da estrada”, de Graça Castanheira, e “Vila do Conde Espraiada”, de Miguel Clara Vasconcelos, entre outros, juntam-se assim a filmes como a “A fábrica de nada”, de Pedro Pinho, “Ama-San”, de Cláudia Varejão, “Balada de um batráquio”, de Leonor Teles, “As mil e uma noites”, de Miguel Gomes, “Zama”, de Lucrecia Martel, e “Linha Vermelha”, de José Filipe Costa, no “catálogo” de “Filmes para a União”.
“Estamos perante uma crise no nosso setor, que não passa só pela questão de não termos salas para pôr os nossos filmes, mas impede a nossa atividade regular de produtoras. […]. Tem um impacto bastante negativo na criação de emprego no setor e as pessoas que dependem deste setor – que são profissionais, técnicos, atores, e há quem não consiga ter trabalho -, estão a viver imensas dificuldades”, alertou o produtor Luís Urbano, da O Som e a Fúria, em meados de fevereiro passado.
Com as salas de cinema novamente encerradas, por causa das medidas de contenção da Covid-19, e com o aumento do consumo de conteúdos audiovisuais em televisão e plataformas de “streaming”, este tipo de iniciativas pode ser também um balão de ensaio para o futuro, como admitiu Luís Urbano.
“Tudo que eram as regras da janela de exibição de filmes estão neste momento alteradas. Num cenário de pós-pandemia, o que é que vai acontecer? Não sabemos. É possível que nos próximos dois, três anos, o “online” ganhe uma relevância como complemento, e por vezes até alternativa, à exibição do cinema. Vamos ver o que sobrevive no cenário pós-pandémico. Vamos ver como é que a rede de salas conseguirá sobreviver e se se conseguirá manter”, disse na altura.
Em 2020, as salas de cinema também estiveram encerradas durante mais de dois meses e reabriram de forma gradual em junho, mas a assistência fixou-se em níveis muito baixos, fazendo com que se registassem perdas de mais de 75% tanto em número de espectadores como em receitas de bilheteira, comparando com 2019.
A União Audiovisual é um grupo de entreajuda criado em março de 2020, quando a atividade cultural ficou paralisada por causa da Covid-19, e conta com cerca de duas dezenas de pontos de recolha de bens alimentares e de primeira necessidade, no continente e nos Açores, que são distribuídos por profissionais das artes audiovisuais.