O mundo animal entrou esta quinta feira na campanha presidencial de Ana Gomes, a candidata que nem se importa que lhe chamem ‘rottweiler’ e que alertou, entre cães e gatos, que o maior perigo vem dos seres humanos.
Acompanhada pela deputada Bebiana Cunha do PAN (partido que apoia oficialmente Ana Gomes, a par do Livre), a antiga eurodeputada socialista visitou a meio da manhã desta quinta feira a associação de proteção animal Midas, em Custóias, no concelho de Matosinhos, que recebe cerca de 300 animais por ano e tenta colocá-los para a adoção.
Ao longo da campanha, por várias vezes a candidata invocou o ‘apelido’ de ‘rottweiler’, que lhe terá sido atribuído por dirigentes e governantes socialistas, segundo um documento proveniente da investigação Wikileaks.
“Chamaram-me ‘rottweiler’ e eu procuro corresponder às características do ‘rottweiler’, sou persistente e não largo”, explicou, entre risos.
Ana Gomes, que diz preferir gatos, mas sempre ter tido cães, tem atualmente uma cadela pastor alemão, a que chegou a pensar dar o nome de ‘Troika’ por se ter juntado à família nessa altura.
“Mas pensámos que era demasiado injurioso e então pusemos-lhe Tosca”, contou Ana Gomes.
Questionada se classificaria o líder do Chega e também candidato presidencial André Ventura como um “cão que ladra e não morde”, respondeu: “eu não sou especialista em classificar animais”.
No final da iniciativa seguinte, uma reunião com a direção da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), presidida pelo Padre Lino Maia, a candidata fez questão de esclarecer o que queria dizer.
“Há pouco dizia-vos, a uma pergunta vossa, que não sabia classificar animais… O perigo não vem dos animais, vem dos seres humanos que são perigosos para outros seres humanos e não são solidários”, alertou, considerando que é o “exemplo contrário” do que se verifica no setor social.
A diplomata elogiou o papel da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) e das Instituições Particulares de Solidariedade Social na ajuda aos mais necessitados, frisando que a pandemia de Covid-19 reforçou a sua importância.
Antes, Ana Gomes – que acabou por ter quatro iniciativas de campanha na manhã desta quinta feira, em vez das três inicialmente previstas – visitou ainda a esquadra do Bom Pastor, que tem uma especialização no atendimento às vítimas de violência doméstica, e o Complexo de Neurointervenção da Cruz Vermelha Portuguesa.
A chuva quase não deu tréguas nesta manhã de campanha de Ana Gomes que, para se proteger, andou sempre com um chapéu de pele ‘made in’ Austrália, a fazer lembrar o envergado por Paul Hogan numa série de filmes de ação australianos dos anos 80, “Crocodile Dundee”.