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Advogado de Vila do Conde que mandou assaltar e torturar casal condenado a cinco anos de prisão

10 Janeiro 2021
Advogado de Vila do Conde que mandou assaltar e torturar casal condenado a cinco anos de prisão
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O Tribunal de Guimarães condenou na tarde desta quinta feira quatro arguidos a penas de prisão entre os cinco e os oito anos de cadeia, por terem realizado um violento assalto a um casal de idosos em Ribeirão, Vila Nova de Famalicão.
Os juízes consideraram que Sebastião Garcia Bertão, advogado, de 44 anos, da Póvoa de Varzim, mas com escritório em Vila do Conde, terá sido o “instigador de dois crimes de roubo qualificado”, pelo que o arguido foi condenado a cinco anos e dez meses de prisão.
O juiz do processo considerou que o advogado “não partiu ossos, não fez correr sangue, mas tem de ser responsabilizado mais do que um mero comparsa, porque se não fosse o arguido não teria havido assalto”.
Os quatro homens acusados de serem os autores materiais do crime foram todos condenados. Os outros três, além do advogado, foram condenados a penas de prisão de oito anos, sete anos e dois meses e cinco anos e dez meses.
O roubo em causa ocorreu a 19 de novembro de 2019. O advogado terá indicado aos ladrões onde um casal de idosos, seus clientes, morava e tinha o cofre, em Ribeirão, Vila Nova de Famalicão. Quatro homens encapuzados invadiram a casa e espancaram e torturaram com choques elétricos um reformado, com 66 anos de idade, para este revelar o código do cofre.
“Foi uma hora e tal de martírio a soco e pontapé”, contou, em tribunal.
Os ladrões conseguiram roubar-lhe cerca de 16 mil euros em dinheiro e jóias e relógios no valor de 30 mil euros, aproximadamente. Prenderam-nos numa casa de banho e depois fugiram em direção ao Sul do país. O idoso ficou internado oito dias e ainda hoje tem sequelas da agressão.
Os ladrões acabaram apanhados pela PJ no dia seguinte ao roubo pois estavam sob escuta no âmbito de outro processo. Em maio deste ano, o advogado também seria detido.
Pedro Miguel Carvalho, advogado de Sebastião Garcia Bertão, considerou que o acórdão é “injusto”, porque a prova “é absolutamente insuficiente”, manifestando que o arguido “devia ter sido absolvido, mas de forma cristalina e sem dúvidas da sua inocência”.
Embora tenha salvaguardado que vai analisar o acórdão, Pedro Miguel Carvalho adiantou que a hipótese mais forte é o recurso.