Última hora

Sindicato diz que Governo está de “mãos dadas” com Galp sobre fecho da refinaria de Matosinhos

28 Dezembro 2020
Sindicato diz que Governo está de “mãos dadas” com Galp sobre fecho da refinaria de Matosinhos
Local
0

O Sindicato da Indústria e Comércio Petrolífero (SICOP) acusou o Governo de estar de “mãos dadas” com a petrolífera Galp que anunciou na passada segunda feira o encerramento da refinaria de Matosinhos, pondo em causa a sustentabilidade de milhares de famílias.
Em comunicado, o SICOP refere que a decisão de encerramento da atividade de refinação na unidade de Matosinhos põe em causa cerca de 500 postos de trabalho diretos e mais de 1.000 referentes a trabalhadores das empresas de prestação de serviços.
O sindicato recorda também que em causa estão as “muitas micro, médias e pequenas empresas que produzem bens e serviços para a Petrogal, algumas em regime de exclusividade, e muitos postos de trabalho na refinaria de Sines e na sede em Lisboa”.
“O Governo minoritário do PS, mais uma vez, de mãos dadas com a Administração da Petrogal pretende destruir milhares de postos de trabalho, afetar drasticamente a economia da região norte e do país e pôr em causa a sustentabilidade de milhares de famílias (…). Na obsessão de cumprir ‘com distinção’ as orientações da União Europeia para a transição energética, o Governo não olha a meios e a qualquer custo pretende mostrar a Bruxelas que é o ‘melhor aluno’”, acusa o sindicato.
O SICOP acrescenta que “depois da decisão do encerramento das centrais de Sines e do Pego já para 2021, o Governo ignorou todos os alertas e preocupações manifestadas” quer pelos sindicatos, quer pela Comissão de Trabalhadores e “decidiu, uma vez mais, dar continuidade à destruição da economia, local e nacional, do emprego e das condições condignas da vida de milhares de famílias”.
A Galp anunciou na passada segunda feira que vai concentrar as suas operações de refinação e desenvolvimentos futuros no complexo de Sines e descontinuar a refinação em Matosinhos a partir do próximo ano, uma decisão que o Governo já referiu que “levanta preocupações” em relação ao destino dos trabalhadores, mas lembra que as medidas anunciadas se inserem num processo que visa a descarbonização do setor energético.