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PCP diz que encerramento da refinaria da Galp em Matosinhos não serve os interesses nacionais

28 Dezembro 2020
PCP diz que encerramento da refinaria da Galp em Matosinhos não serve os interesses nacionais
Política
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O Partido Comunista Português (PCP) considerou “particularmente grave” a decisão da Galp em deixar de usar a refinaria de Matosinhos a partir de 2021, em comunicado divulgado.
“Para o PCP, trata-se de uma decisão particularmente grave, com consequências no plano da soberania energética, do tecido industrial, do equilíbrio territorial, do desenvolvimento económico e do emprego”, destaca o Partido Comunista Português (PCP).
Num comunicado publicado na página do partido, o PCP referiu que “a confirmar-se o encerramento desta refinaria, tal constituiria um grave atentado aos interesses nacionais, justificado na base dos impactos da epidemia e dos objetivos da chamada descarbonização, argumentos que, a serem considerados em toda a sua extensão, levariam ao encerramento de parte significativa das empresas industriais portuguesas”.
“O país não pode aceitar que se concretize uma política de desativação de importantes ativos industriais no valor de muitos milhões de euros tendo inclusivamente beneficiado de investimentos recentes com recurso a apoios públicos (como foi o caso)”, sublinha o partido liderado por Jerónimo de Sousa.
Quanto à posição do Governo de Portugal, o Partido Comunista Português (PCP) destaca as declarações “por via do Ministro do Ambiente, congratulando-se com o encerramento desta refinaria e reafirmando os argumentos da Galp, revelam uma total submissão às imposições da União Europeia e da sua agenda de favorecimento das grandes potências que estão a impor a países como Portugal, processos e ritmos de liquidação de infraestruturas estratégicas, contrários aos seus interesses”.
O Sindicato da Industrial e Comércio Petrolífero (SICOP) revelou que em reunião com o Ministério do Ambiente, o Governo disse que a Petrogal era uma “empresa privada” e não mostrou abertura para “encontrar uma solução”.
Num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Galp referiu que “continuará a abastecer o mercado regional mantendo a operação das principais instalações de importação, armazenamento e expedição de produtos existentes em Matosinhos”, e que está a “desenvolver soluções adequadas para a necessária redução da força laboral e a avaliar alternativas de utilização para o complexo”.
O Estado português é um dos acionistas da Galp, com uma participação de 7%, através da Parpública.