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Empresária de Vila do Conde diz que setor dos casamentos está “absolutamente paralisado”

14 Novembro 2020
Empresária de Vila do Conde diz que setor dos casamentos está “absolutamente paralisado”
Economia
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O setor dos casamentos está “absolutamente paralisado e no limite da rutura”, alerta uma empresária de Vila do Conde do setor numa carta enviada ao primeiro-ministro, onde pede medidas específicas, como um subsídio de ordenado, para manter uma mão de obra “muito especializada”.
Na missiva, a empresária na indústria de casamentos e arranjos florais de Vila do Conde, Cristina Campos, questiona o Governo como pode continuar a pagar vencimentos e manter-se nesta atividade por mais de um ano sem negócio.
“Os casamentos estão adiados e os funcionários não podem executar ou adiantar qualquer serviço, uma vez que estes trabalhos são sempre feitos na véspera”, refere Cristina Campos.
Se, por um lado, tem de despedir funcionários por não ter negócios na área dos eventos, por outro tem o “dever moral de garantir a qualidade dos serviços” e assegurar os postos de trabalho, o que lhe retira margem para despedimentos, sublinha.
Cristina Campos, que diz estar a expor as “enormes dificuldades” de todo um setor “desprotegido e esquecido” pelo Governo, ressalva que os profissionais da área são “altamente especializados e com anos de experiência”, referindo-se a costureiras, modistas ou bordadeiras.
“De forma a garantir a permanência indispensável destes profissionais altamente especializados e com muitos anos de experiência precisamos de um subsídio de ordenado para todos estes da área dos ateliers de costura para o período pandémico”, pediu Cristina Campos.
A empresária recorda que estes funcionários estão “absolutamente paralisados” desde 16 de março, altura do primeiro confinamento em Portugal.
E, com a segunda vaga não se prevê que haja casamentos antes do verão de 2021, acrescentou.
“Sem apoios, seremos obrigados a despedir os funcionários e a encerrar atividade”, lamenta Cristina Campos.
Sublinhando que esta indústria em Portugal move, em média, 800 milhões de euros ao ano e percebendo que nada, nem ninguém estava preparado para esta pandemia, Cristina Campos pede “mais atenção” para um setor “fortemente penalizado e desesperado”.
“Até final do ano serão cancelados mais de 80% dos casamentos previstos, além de já terem sido canceladas todas as comunhões”, relembra Cristina Campos.
A empresária de Vila do Conde, com 31 anos de atividade, lamenta que não haja uma associação que reja o setor.