Covid-19 causou esplanadas vazias e barracas por alugar nas praias de todo o Norte de Portugal

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As praias da costa norte do país tiveram as esplanadas vazias e as arcas de gelados cheias, cenário que levou concessionários a mostrar preocupação num ano em que a bandeira verde que indica a lotação do areal “até é capaz de desbotar”.
Na Póvoa de Varzim e em Vila do Conde, duas das mais concorridas estâncias balneares do litoral, que tradicionalmente recebem milhares de visitantes dos concelhos do interior, a procura este ano foi menor.
No entanto, quem trabalha no setor considerou que não estava em causa uma transferência para outros destinos turísticos, mas uma questão económica, dadas as contingências da Covid-19.
“Há uma quebra muito significativa na Póvoa de Varzim. Vemos as esplanadas vazias e muitas barracas por alugar. Esperávamos menos gente, mas não uma redução tão significativa”, descreveu Fátima Cunha, presidente da Associações de Concessionários das Praias da Póvoa de Varzim.
“Pensávamos que as pessoas não procurariam tanto o Algarve e que este ano escolhessem mais o Norte, mas temos percebido que quem vem fica apenas uma semana e o resto das férias passa em casa”, analisou Fátima Cunha.
Recordou que as “excursões com idosos e as colónias de férias de crianças também não se têm realizado”, e apontou a quem vem do estrangeiro muita desinformação sobre as regras em Portugal.
“Preparámos as nossas concessões com todas as normas de higiene e segurança exigidas pela DGS, mas noto, por exemplo, em muitos emigrantes, que não têm ideia das regras a cumprir. Temos de os alertar que não podem juntar mesas ou que têm de usar máscara, por exemplo, quando vão à casa de banho”, lamentou Fátima Cunha.
Em Vila do Conde, a quebra no número de visitantes também foi sentida, com os estabelecimentos de restauração e bebidas a registarem menos procura do que em anos anteriores.
Desde o início da pandemia, Portugal já registou 1.925 mortes e 69.663 casos de infeção, mas contabiliza pelo menos 45.974 curados.
A Covid-19 já provocou pelo menos 965.760 mortes e mais de 31,3 milhões de casos de infeção em 196 países e territórios, mas pelo menos 23.223.803 doentes estão considerados curados.