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Greve de trabalhadores da DS Smith paralisa 93% da produção em Vila do Conde, Leiria e Sintra

28 Julho 2020
Greve de trabalhadores da DS Smith paralisa 93% da produção em Vila do Conde, Leiria e Sintra
Economia
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A greve de trabalhadores da DS Smith, antiga Europac, que se prolongou até às 6:00 de sábado, paralisou 92% do setor produtivo, disse o representante da Comissão de Trabalhadores (CT), António Liz.
Segundo o representante, o setor produtivo da empresa de embalagens parou a 100% no turno da manhã, nas fábricas de Guilhabreu (Vila do Conde), Marrazes (Leiria) e Albarraque (Sintra).
Já no turno da tarde, trabalharam apenas duas máquinas em Albarraque e uma em Guilhabreu.
António Liz admitiu que a greve acontece numa altura “complexa”, devido à pandemia, mas sublinha que a empresa nunca parou a sua produção durante o Estado de Emergência e que o ano de 2019 foi o melhor dos últimos três, em termos de resultados.
A Comissão de Trabalhadores (CT) considerou ainda que esta é não só uma luta por aumentos salariais, mas também uma “luta geracional”, uma vez que os trabalhadores mais novos recebem cerca de 700 euros por mês, aproximadamente metade do que recebem os mais antigos na empresa.
“[A DS Smith] está a apostar em ser uma empresa de mão de obra barata e nós queremos ser uma empresa de mão de obra qualificada”, defendeu o representante da Comissão de Trabalhadores (CT).
Os trabalhadores da DS Smith (antiga Europac) cumpriram na sexta feira um dia de greve pela valorização do trabalho e iniciam uma greve ao trabalho extraordinário até ao final de agosto, segundo anunciaram fontes sindicais.
A luta foi convocada de acordo com as decisões dos plenários realizados nas fábricas em Guilhabreu, Leiria e Albarraque, referiu a federação do setor (Fiequimetal) em comunicado.
A paralisação de 24 horas começou às 6:00 e a greve a todo o trabalho extraordinário prolonga-se até final do mês de agosto.
Segundo a Fiequimetal, os trabalhadores querem manifestar o seu desagrado pela forma como a empresa tem conduzido as negociações do acordo de empresa no plano económico, social e geracional, mas também no plano da organização e do cumprimento do Acordo de Empresa no seu todo.
“Foram muitos os sinais dados pelos trabalhadores à empresa da necessidade de se obter respostas a estas matérias, na mesa negocial, através da estrutura sindical, nos plenários, pela posição abertamente assumida, tanto a nível individual como coletivo, pelos trabalhadores na discussão que fizeram sobre toda esta matéria”, refere.
“Está mais que demonstrado que os trabalhadores, apesar de todas as dificuldades recentes, estiveram e estão disponíveis para continuarem a dar as respostas de que a empresa necessita, mas querem também que se respeite os seus direitos, que se respeite o AE, que se elimine as diferenças do custo do trabalho, que se promova o diálogo social”, acrescenta.
A Fiequimetal lamenta que, apesar dos contactos com a empresa nestes últimos dias, não tenha sido possível avançar no sentido de evitar a marcação da greve.
No entanto, sublinha, a federação e os sindicatos, tal como os trabalhadores, “mantêm até ao último minuto a disponibilidade para falar e encontrar uma proposta de acordo que vise atender às suas preocupações e perspetivas imediatas, bem como a criar entendimentos para o futuro”.
Os trabalhadores da DS Smith, antiga Europac, mantêm a greve a todo o trabalho extraordinário até final do mês de agosto.