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2020 vai ser o ano do turismo nacional

1 Junho 2020
2020 vai ser o ano do turismo nacional
Economia
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O Presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP) considera que 2020 vai ser o ano do turismo nacional, dada a Covid-19, mas mantém a esperança que a vinda de alguns estrangeiros no verão possa vir a concretizar-se.
Apesar de considerar que é prematuro fazer quaisquer previsões no momento atual, o Presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP) fala em esperança, que vai depender da abertura dos aeroportos e companhias aéreas.
“Como é que vai ser o verão? Como é que vamos lidar com isto? Tudo vai depender de quando é que abrem as companhias aéreas, de quando é que abrem os aeroportos, e quando é que abrem, mas nos dois sentidos”, começou por responder Francisco Calheiros.
“Vamos acreditar que isto vai correr bem, e que – independentemente de na nossa opinião o ano de 2020 ir ser o ano do turismo nacional – ainda pode ser que tenhamos qualquer coisa [dormidas e hóspedes de estrangeiros] durante este verão”, afirmou.
Esperança que, reforça, só será concretizada se as viagens forem permitidas de dois lados. Por exemplo, Portugal pode ter a TAP a voar, os aeroportos nacionais em atividade, “mas se Inglaterra estiver fechada, não vai adiantar nada”, os turistas britânicos não chegarão a Portugal.
Em 29 de abril, a Comissão Europeia pediu aos Estados-membros para levantarem restrições às viagens na União Europeia (UE) “o mais rapidamente possível”, de forma a permitir a retoma do turismo europeu, estimando perdas de faturação de 50% devido à pandemia.
“De forma a permitir que o turismo seja retomado, o colégio [de comissários] considera que as restrições às viagens devem ser levantadas o mais rapidamente possível, evitando discriminações com base nas nacionalidades e tendo em conta os desenvolvimentos epidemiológicos”, declarou a Vice-presidente da Comissão Europeia Věra Jourová, responsável pelas pastas dos Valores e Transparência, em Bruxelas, na altura.
Bruxelas debateu os impactos da Covid-19 no turismo e a responsável precisou que “este ecossistema pode perder até 50% da sua faturação em 2020”, sendo que é um dos setores que mais pesa no Produto Interno Bruto (PIB) europeu, num total de 10%, representando 27 milhões de empregos diretos e indiretos.
Frisando que “é óbvio que não deve haver discriminação por nacionalidades e seleção de quem pode entrar no país e de quem não pode”, no período pós-pandemia, Věra Jourová indicou que “os serviços da Comissão estão a trabalhar em diretrizes concretas” para o setor do turismo, nomeadamente no que toca aos transportes, orientações que serão divulgadas a pensar no próximo verão.
“Estas diretrizes são necessárias para permitir que os operadores de mercado, especialmente as pequenas e médias empresas, se prepararam para o momento em que as restrições forem, gradualmente, levantadas”, apontou a Vice-presidente do executivo comunitário.
E, de acordo com a responsável, “há zonas [da Europa] mais afetadas do que outras, com particular impacto no sul”, incluindo países como Portugal, Espanha e Itália.
De acordo com a Oxford Economics, em Portugal deverão registar-se menos sete milhões de entradas internacionais este ano, em comparação com 2019, o equivalente a uma queda de 40%.