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Único medalhado do ciclismo português em Jogos Olímpicos começou a correr em Vila do Conde

5 Abril 2020
Único medalhado do ciclismo português em Jogos Olímpicos começou a correr em Vila do Conde
Desporto
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O ciclista Sérgio Paulinho realçou a ambição de continuar ligado ao desporto no futuro, substituindo a vida de atleta de alta competição pela execução de funções técnicas no ciclismo.
“Ao longo destes anos conhecemos muitas pessoas e começamos a gostar de outros aspetos. Quando deixar de correr, gostava de tirar um curso de diretor desportivo e ficar ligado à modalidade dessa forma. Até lá, prefiro dedicar-me a 100% como atleta”, afirmou Sérgio Paulinho, único medalhado do ciclismo português em Jogos Olímpicos, com a prata na prova de estrada, em Atenas em 2004.
Após 28 anos a pedalar e a cumprir a quarta época consecutiva na Efapel, o corredor natural de Oeiras ainda se vê com “cabeça e pernas” para “poder treinar, desfrutar ao máximo da bicicleta e passar toda a experiência” à formação da Lousã.
“Tenho plena consciência de que a carreira está a acabar, mas continuarei enquanto acordar com vontade de treinar. Conforme as coisas evoluírem nos primeiros meses da temporada, decido se continuarei por mais um ano ou este será o último”, estabeleceu.
Sérgio Paulinho, de 39 anos, relativiza o abandono dos estudos quando atingiu a maioridade, já que conseguiu unir esforços em prol “daquilo que sempre quis” e obteve o estatuto de profissional em 2003, impulsionado pelo trilho do pai, Jacinto Paulinho.
Os inícios na ASC-Vila do Conde (2002 e 2003) e na LA-Pecol (2004) antecederam um percurso internacional de elite, no qual se distinguiu como escudeiro do espanhol Alberto Contador, apesar do afastamento da Volta a França, em 2006, por suspeitas infundadas de envolvimento na “Operação Puerto”, que desmantelou uma rede generalizada de doping.
“Afeta sempre ser acusado de coisas que foram um engano e as pessoas não deixam de comentar, mas tinha o apoio da família e nunca me passou pela cabeça deixar o ciclismo”, frisou o ex-corredor de Liberty Seguros-Würth (2005 e 2006), Discovery Channel (2007), Astana (2008 e 2009), RadioShack (2010 e 2011) e Tinkoff (2012 a 2016).
O vencedor de etapas na Vuelta (2006) e no Tour (2010) e com “uma base” moldada pelos 12 anos no WorldTour, Sérgio Paulinho, quer aprender a dirigir equipas “a um nível mais baixo”.