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Câmara Municipal de Vila do Conde lamenta atraso na candidatura a património da UNESCO

4 Julho 2019
Câmara Municipal de Vila do Conde lamenta atraso na candidatura a património da UNESCO
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A presidente da Câmara Municipal de Vila do Conde lamentou que a candidatura à UNESCO para eleger a local construção naval em madeira como Património Imaterial da Humanidade esteja parada há três anos.
A autarca esclareceu que o processo continua em análise na Direção-Geral do Património Cultural, que ainda não avalizou a candidatura, e que só depois disso a mesma poderá ser submetida aos responsáveis da UNESCO.
“Tanto quanto sabemos, várias candidaturas nacionais estão também paradas no mesmo organismo. Apesar das tentativas, não conseguimos que se dê andamento há três anos. É algo que nos preocupa, mas estamos atentos para perceber o que se passa”, disse Elisa Ferraz.
A presidente da Câmara Municipal de Vila do Conde diz ter recebido indicações, por parte do organismo, que a candidatura feita pelo município “está muito bem construída”, mas que “ainda não previsões de quando será validada”.
“O tempo tem-se arrastado e o processo não tem andado com a celeridade que desejávamos. Temos de aguardar, pois não podemos fazer nada a não ser pressionar, porque três anos é muito tempo”, destacou Elisa Ferraz.
A autarca garantiu que tem já tudo preparado para que, assim que a Direção-Geral do Património Cultural valide a candidatura de Vila do Conde, o município possa avançar com as restantes diligências do processo junto da UNESCO.
Foi em 2015 que a Câmara Municipal de Vila do Conde mostrou a intenção de candidatar a Património Cultural Imaterial da Humidade a técnica da construção naval em madeira dos estaleiros do concelho, onde nos Descobrimentos foram construídas caravelas.
Atualemente, uma réplica de uma nau quinhentista, que serve com polo museológico, está ancorada na zona ribeirinha da cidade, provando a existência de edificado, mas, também, do conhecimento das técnicas ainda existentes nos estaleiros locais.
Em paralelo, autarquia tem desenvolvido várias atividades culturais ligadas ao tema, nomeadamente o maior espetáculo de teatro comunitário do país, intitulado “Um Porto para o Mundo”.
A quinta edição do evento, que reúne mais de 400 atores e figurantes, recrutados na comunidade local, foi apresentada, com a promessa de novidades para os espetáculos que vão acontecer entre 16 e 22 agosto.
“Este ano demos um salto temporal que vai do século XVI ao século XX e abordaremos um período histórico que nunca tinha sido retratado neste espetáculo”, começou por explicar o encenador Amauri Alves.
O tema deste ano é “Vento forte, vento norte” que segundo responsável vai explicar “a ligação de muitos factos históricos que aconteceram com a força física dos ventos”, vincando que vai ser um espetáculo com uma “ligação muito forte e emotiva à população”.
“Falaremos da fé do povo de Vila do Conde, da força da mulher na economia do mar, com cenas que vão demonstrar o dia-a-dia na seca do bacalhau ou na extração do sargaço. São histórias que estão próximas das pessoas, pois as viveram ou foram relatadas pelos pais ou avós”, explicou Amauri Alves.
O encenador pretende que o evento “continue a fazer, em palco, a conexão entre pessoas diferentes”, e também vincou a aposta “na inclusão”, revelando que um dos trechos do espetáculo vai incluir língua gestual.
Para esta edição do “Um Porto para o Mundo”, a Câmara Municipal de Vila do Conde, principal promotora do espetáculo, decidiu não só aumentar o número de dias das sessões, mas também a capacidade das bancadas, que este ano podem acolher 1.300 pessoas.
O espetáculo “Um Porto para o Mundo” vai continuar a decorrer na zona ribeirinha de Vila do Conde e os bilhetes vão ter de ser adquiridos previamente.