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Rise de Bárbara Wagner e Benjamin de Burca apresentado no Festival Curtas de Vila do Conde

12 Junho 2019
Rise de Bárbara Wagner e Benjamin de Burca apresentado no Festival Curtas de Vila do Conde
Cultura
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A dança e cultura do frevo de rua, característica do Recife e do estado do Pernambuco, no Brasil, chega na quinta feira ao Maus Hábitos, no Porto, num filme da brasileira Bárbara Wagner e do alemão Benjamin de Burca.
“Faz Que Vai”, o primeiro filme da colaboração entre os dois artistas, em 2015, é acompanhado por uma exposição “em formato instalação” com curadoria de Moacir dos Anjos, que fica patente de 13 de junho até 28 de julho.
A dupla ocupa o pavilhão do Brasil na Bienal de Veneza 2019, com o projeto “Swinguerra”, nova reflexão sobre uma manifestação de cultura popular, a “Swingueira”, e tem aqui uma primeira passagem por Portugal, este ano, antes de o Curtas Vila do Conde, em julho, apresentar “Rise”, Urso de Ouro de curta-metragem, no Festival de Cinema de Berlim, no passado mês de fevereiro.
“O nosso filtro era o frevo. Não queríamos comentar diretamente género, classe ou raça, porque são estes os corpos que hoje dançam o frevo. Não precisamos de apontar um problema, ou ilustrar um gesto”, aponta Bárbara Wagner.
Para Bárbara Wagner, o corpo pode ser um espaço de dissidência pela própria dança e atividade, até contra as “estruturas de poder e operação carregadas nos corpos negros” desde o período colonial.
Benjamin de Burca vê “dois corpos a morar dentro da mesma pessoa”, ao olhar para um dançarino, num exercício identitário que também atravessa “Rise”, uma coprodução documental, estre Brasil, Canadá e Estados Unidos, com jovens à procura de se afirmarem como canadianos sem renegarem o passado de imigrantes ou de descendentes de imigrantes.
A curta-metragem premiada em Berlim vai ser mostrada em Vila do Conde, explorando a ocupação de uma estação de metro em Toronto, no Canadá, por uma série de rappers e poetas imigrantes ou descendentes de imigrantes, maioritariamente da zona de ascendência caribenha a habitar casas sociais em Toronto, desde os anos 1970.
Juntam-se em encontros para “partilhar histórias, origens diferentes” e “textos, canções, poesia de protesto ou dança”, com um elemento em comum: “aqueles jovens quererem ser vistos como canadianos”, explica Bárbara Wagner.
Esta vai ser a segunda passagem de Bárbara Wagner e Benjamin de Burca por Vila do Conde, depois de, em 2018, terem mostrado no festival a curta documental “Terremoto Santo”, sobre a música gospel e a religião evangélica.
Os autores de “Swinguerra”, que exibem no âmbito da Bienal de Veneza, vão voltar a Portugal em julho, para acompanharem a exibição de “Rise”, no festival Curtas de Vila do Conde.
A escolha de Bárbara Wagner e Benjamin de Burca para Veneza foi efetuada pela Fundação Bienal de São Paulo, que a anunciou no passado mês de dezembro.
A instalação em torno de “Faz Que Vai” fica patente até 28 de julho no Maus Hábitos, no Porto.