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Thurston Moore, Montanhas Azuis e The Heliocentrics no Festival Curtas de Vila do Conde

23 Maio 2019
Thurston Moore, Montanhas Azuis e The Heliocentrics no Festival Curtas de Vila do Conde
Cultura
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A programação para o STEREO, a secção que junta os filmes à música no Festival Curtas está fechada. A 27.ª edição do festival traz até Vila do Conde, Thurston Moore, The Heliocentrics, Montanhas Azuis e a colaboração entre Tiago Cutileiro e Marta Navarro.
Thurston Moore mudou-se para Nova Iorque à entrada na maioridade para tocar punk. Quatro anos depois fundava os Sonic Youth, banda com a qual mudou a forma como toda uma geração pensava e executava a experimentação no rock. A solo é, ainda hoje, um dos nomes que mais caminho desbrava na criação de novas linguagens em colisão com os padrões mainstream. Da improvisação ao rock mais puro, da composição acústica ao noise parecem não haver espaços onde Moore não se sinta confortável. O mesmo se poderá dizer das inúmeras colaborações que fez com nomes como Yoko Ono, David Toop, Cecil Taylor, Faust ou Irmin Schmidt (CAN) e que, ainda assim, lhe deixaram tempo para fazer poesia ou dar aulas de escrita. Na música, continua a subir a palco com a The Thurston Moore Group, mas é a solo que se apresenta, em julho, em Vila do Conde. Neste regresso, vai musicar uma seleção de curtas de Maya Deren, uma das mais icónicas cineastas da vanguarda americana e uma das primeiras mulheres a construir uma carreira na realização. Witch Cradle, At Land, Ritual in Transfigured Time e Meshes of the Afternoon são os filmes que vão integrar este filme-concerto.
Colectivo de jazz psicadélico londrino, os The Heliocentrics surgiram nos anos 90, quando o baterista Malcolm Catto gravou para as míticas Mo’Wax e Jazzman. O seu álbum de estreia, lançado em 2007 pela Stones Throw, solidificou-lhes o lugar por entre os mais interessantes nomes da música das últimas décadas. Equilibrando o exótico e o “estranho”, o universo dos The Heliocentrics é vasto e evolutivo. A sua discografia é documento de uma viagem por entre as diferentes encarnações do jazz e do funk e a sua incrível lista de colaborações uma espécie de introdução aos nomes que marcaram o movimento pós-Mo’Wax, de MF Doom a Mulatu Astatke, de Lloyd Miller a Orlando Julius. Em julho, o colectivo está de regresso a Portugal para musicar, ao vivo, Heaven and Magic, um dos mais significativos registos de Harry Smith. Cineasta de vanguarda, Smith colecionou, ao longo de décadas, milhares de gravuras de revistas vitorianas para, com elas, criar algumas das mais criativas animações que o cinema americano conhece. Tapeçarias a lembrarem as colagens de Max Ernst, onde espaços em transformação, compostos por antiguidades, artefactos e criaturas servem de pano de fundo para as histórias de heróis e heroínas delirantes.
Três dos mais importantes nomes da música portuguesa contemporânea, a solo ou nos diversos projectos com que habitam a produção cultural do país, os universos sonoros de Marco Franco, Norberto Lobo e Bruno Pernadas estão longe de serem simples e previsíveis. Donos de uma linguagem em constante estado de ebulição, conquistaram com os seus discos alguns dos mais disputados tops da crítica musical e, com isso, o respeito alargado de público e pares. Decidiram não ficar parados e, em janeiro deste ano, editaram Ilha de Plástico sob o nome Montanhas Azuis, espaço por onde os vemos a experimentarem em torno de instrumentos analógicos, das guitarras aos sintetizadores.
O ciclo de anúncios para o STEREO encerra com a sessão de abertura do 27.º Curtas de Vila do Conde.
Os bilhetes para o STEREO do Curtas de Vila do Conde custam entre 7 e 16 euros e encontram-se à venda no Teatro Municipal de Vila do Conde e na rede da bilheteira online.