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Mais de 460 projetos na 12.ª edição da Investigação Jovem da Universidade do Porto

15 Fevereiro 2019
Mais de 460 projetos na 12.ª edição da Investigação Jovem da Universidade do Porto
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O desperdício alimentar das famílias residentes no Porto e a insegurança alimentar entre os idosos portugueses são dois dos 469 projetos que vão ser apresentados por estudantes universitários, na Reitoria da Universidade do Porto.
Pedro Rodrigues, vice-reitor para investigação e desenvolvimento da Universidade do Porto (UP), explicou que o evento, denominado “Encontro Investigação Jovem (IJUP)”, e que decorre entre quarta e sexta-feira, é um “primeiro confronto com a realidade da investigação científica” para os cerca de 900 estudantes do 1.º e 2.º ciclos ou mestrado integrado da UP.
“Este encontro assume a estratégia da UP de dar mais relevância à investigação científica, uma das principais missões da Universidade, dando a oportunidade a estes estudantes de participarem num evento científico e num encontro que se realiza nos moldes de um congresso”, esclareceu.
Ao longo destes três dias, a Reitoria da UP vai ser palco de 469 apresentações de trabalhos científicos, tanto em comunicação oral como em ‘poster’, sendo as ciências da saúde, da biologia, da química, da engenharia e do desporto, as áreas com maior “presença” nesta 12.ª edição.
Taíse Portugal, mestre em ciências do consumo e nutrição pela Faculdade de Ciências da U.Porto, apresentou o seu trabalho científico designado de “Avaliação do desperdício alimentar das famílias residentes no Porto”, que teve por base um inquérito realizado a 583 famílias de oito municípios da área do Porto (Maia, Matosinhos, Póvoa de Varzim, Porto, Vila do Conde, Gondomar, Valongo e Espinho).
“O estudo iniciou-se a partir da perspetiva que existe sobre a alimentação saudável e a questão do desperdício alimentar, tendo em conta que, em Portugal, principalmente, no Porto, temos poucos estudos referentes à questão do desperdício alimentar”, contou a jovem investigadora.
Segundo a responsável, o inquérito, que, além de hábitos e práticas de consumo, também questionou as famílias sobre os alimentos mais desperdiçados, permitiu concluir que “15% das pessoas desperdiçam mais as gorduras” e que “60% das pessoas nunca desperdiçou ovos”.
“Todas as respostas que obtive demonstram um conhecimento e preocupação referente ao desperdício alimentar, assim como a prática de ações que não resultam em muito desperdício”, acrescentou Taíse Portugal.
Também Joana Sampaio, licenciada em nutrição e mestre em saúde pública, apresentou a sua dissertação de mestrado, assente no projeto HARMED do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), sobre “A exposição ao abuso e à insegurança alimentar entre os idosos portugueses”.
A jovem investigadora adiantou que pretende dar continuidade ao trabalho, isto porque gostaria de perceber “se existe algum efeito cumulativo entre as vulnerabilidades a que os idosos estão expostos e se esse efeito pode acarretar piores resultados a nível de saúde e averiguar as questões mais biológicas”.
Nesta 12.ª edição, o IJUP conseguiu “quase duplicar” o número de apresentações de trabalhos de jovens internacionais, passando assim de 44 para 72 as inscrições estrangeiras. Da educação ao direito, passando pela comunicação, engenharia, artes e linguagem, a Comissão Científica vai distinguir, no final da iniciativa, com uma Menção Honrosa alguns dos trabalhos apresentados e que representam a inovação da Universidade do Porto.