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Jovens trocam Inglaterra por aventura com jogos de tabuleiro em Vila do Conde

11 Outubro 2018
Jovens trocam Inglaterra por aventura com jogos de tabuleiro em Vila do Conde
Cultura
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Um espaço dedicado a jogos de tabuleiro nasceu em Vila do Conde, fruto de um projeto de dois jovens vilacondenses que regressaram a Portugal depois de oito anos emigrados em Inglaterra.
Manuel e Dina Silva, aficionados por jogos de tabuleiro, perceberam a inexistência no Norte de Portugal de um local público onde amigos e famílias se pudessem reunir em torno deste tipo de entretenimento.
Apelidado de “A jogar é que a gente se entende”, o espaço pretende não só funcionar com um café de jogos de tabuleiro, com mais de 800 títulos à disposição, mas também como um local de cultura, com exposições de arte, programas com literatura e até iniciativas gastronómicas.
“O objetivo é as pessoas interagirem e passarem um bom bocado. Por isso, não temos televisão nem internet. Apenas jogos e bons petiscos. Além disso, haverá sessões de histórias para crianças, exposições regulares e até um dia em que convidamos pessoas para cozinhar”, salientou Manuel Silva.
Apesar da diversidade de atividades, os jogos de tabuleiro pretendem ser o principal fator para atrair pessoas ao local, a maior parte vinda da coleção pessoal de um dos proprietários.
“Já jogo jogos de tabuleiro há mais de dez anos. Desde criança o meu pai iniciou-me no xadrez e nas damas. Depois, com os meus amigos, descobri o Monopólio, o Cluedo e o Risco. Quando emigrei para Inglaterra, percebi que este nicho faz parte da cultura de muitos países e que as pessoas se encontravam para jogar. Comecei a participar e entrar nos grupos e descobri uma imensidão de outros jogos”, revelou Manuel Silva.
A paixão pelos jogos é partilhada com Dina Silva, que na profissão de terapeuta ocupacional já os usava como ferramenta de trabalho para desenvolver competências sociais e cognitivas de crianças.
“Este projeto pode também usar a minha parte profissional, porque queremos fazer umas manhãs de ação social, convidando as instituições locais para sessões de jogos que ajudam a estimular várias competências de quem participar”, frisou Dina Silva.
O regresso do casal a Portugal foi motivado por motivos pessoais e familiares, mas a paixão Manuel e Dina Silva pelos jogos de tabuleiro não acabou. Depois de organizarem alguns convívios em casa, avançaram para um espaço público totalmente dedicado aos jogos.
“Chegamos em março de Inglaterra. Desde então criamos um grupo encontro semanal e, aos poucos, começamos a ter gente de todas as idades vir jogar a nossa casa. Juntou-se uma pequena comunidade, até que tivemos de limitar os convites, porque já não tínhamos espaço para receber tantas pessoas”, explicou Manuel Silva.
Do espaço caseiro ao público foi um ápice, tendo como base exemplos de espaços semelhantes em países com Inglaterra, França ou Alemanha.
No “A jogar é que a gente se entende” mais de 800 jogos de tabuleiro estão disponíveis, catalogados por uma escala de cores consoante o nível de dificuldade. O uso dos jogos de tabuleiro está sujeito a uma taxa simbólica, que tem como objetivo a conservação e renovação dos mesmos, não sendo permitido jogar com objetivos monetários.