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Cidadãos de Vila do Conde criam petição pública para debater preço da água

20 Março 2018
Cidadãos de Vila do Conde criam petição pública para debater preço da água
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Vila do Conde está no topo dos concelhos com as tarifas da água mais caras de Portugal, onde ainda no início do ano a fatura voltou a aumentar cerca de 5%.
Em comparação com Matosinhos, Vila do Conde tem faturas mais pesadas, onde, em média, se paga mais do dobro do valor, apesar de serem geridas pela mesma empresa, a Indaqua. Uma família que resida em Vila do Conde paga por mês pela fatura da água, em média, aproximadamente 34 euros, mas se viver em Matosinhos paga cerca de 15 euros.
Como se explica esta diferença na fatura mensal?
É a resposta que pretendem os três cidadãos de Vila do Conde, Abraão Marques, Fernando Garrido e Luís Vilela, primeiros peticionários da “Petição para convocação de Assembleia Municipal extraordinária afim de nessa debater-se os preços do abastecimento de água potável cobrados pela empresa Indaqua no Município Vila do Conde”.
“Nós, abaixo-assinado, vimos por este meio requerer a Vossa Excelência Senhor Presidente da Assembleia Municipal de Vila do Conde Doutor Lúcio Maia Ferreira que convoque Reunião Extraordinária de Assembleia Municipal com o fim de nessa, e em exclusivo, debater-se a questão da concessão da exploração da água no nosso concelho e, em particular, os preços cobrados pela empresa INDAQUA ao cidadãos e empresas do, e no, concelho aqui de Vila do Conde”, pode ler-se na petição que lideram.
O serviço está atualmente concessionado à Indaqua, mas os peticionários esperam que, com esta iniciativa, os responsáveis da Câmara Municipal de Vila do Conde acabem por rever todo o contrato de concessão.
“Este é um movimento apartidário, que pretende defender os vilacondenses que têm sido sujeitos a sucessivos aumentos na sua fatura da água. Queremos, nessa Assembleia Municipal extraordinária, que todos os valores sejam revistos”, explicou Luís Vilela.
O peticionário partilhou que decidiu organizar este movimento por achar que “na sociedade civil não havia ninguém disposto a lutar contra estes aumentos absurdos e que o atual executivo e oposição pouco têm feito para os travar”.
“Ainda na última Assembleia Municipal afloraram o tema, mas a discussão foi nula. Além disso, a Presidente de Câmara [Elisa Ferraz] disse que teve uma reunião com a empresa, e quando todos pensávamos que os aumentos iam parar, em janeiro a fatura subiu 6%”, desabafou Luís Vilela.
O organizador disse compreender “que a Indáqua, como empresa privada, olhe para o lucro”, mas aponta que existe “uma cláusula no contrato de concessão em que a Câmara tem de aceitar esses aumentos”.
Luís Vilela garante que, em comparação com os concelhos vizinhos da Póvoa de Varzim, cujo sistema é gerido pela autarquia local, e Matosinhos, que está também concessionado à Indaqua, “a disparidade nos preços é evidente”.
“Sabemos que o contrato tem de se cumprir, mas esta é uma concessão feita por 40 anos, e se os preços continuarem neste ritmo de aumento será incomportável. Achamos que falta dinamismo ao executivo para tratar do assunto, e estamos dispostos a ajudar inverter esta situação”, manifestou Luís Vilela.
“Já estamos habilitados a convocar a assembleia, mas apesar de estarmos bem documentados sobre o tema, estamos a reunir mais alguns elementos, sobre o contrato, que podem vir a ser importantes na discussão”, partilhou Luís Vilela.
Luís Vilela adiantou, ainda, que a recolha de assinaturas, que começou em fevereiro, deverá prolongar-se até ao final do mês de março.