Última hora

Vilacondense Constança Urbano de Sousa já não é Ministra da Administração Interna

18 Outubro 2017
Vilacondense Constança Urbano de Sousa já não é Ministra da Administração Interna
País
0

Constança Urbano de Sousa apresentou esta terça feira, 17 de outubro, a demissão da pasta da Administração Interna do Governo de António Costa.
Constança Urbano de Sousa, que hoje deixa o cargo, depois de um verão negro de incêndios que provocaram mais de 100 mortos, enfrentou também problemas que envolveram o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e as diferentes forças policiais.
A contestação popular a Constança Urbano de Sousa começou em junho passado, durante o incêndio de Pedrógão Grande, que provocou a morte a pelo menos 64 pessoas, uma vasta área ardida e milhares de euros em prejuízos.
Agora, sabe-se, na carta de demissão que enviou ao primeiro-ministro, que a ministra pediu, na altura, para abandonar o cargo, mas que o primeiro-ministro lhe reiterou a confiança, mas depois de uma época de fogos que não deu tréguas e dos mais de 500 de incêndios que deflagram no domingo passado na região Norte e Centro de Portugal e que provocaram, pelo menos, 41 mortos, Constança Urbano de Sousa acabou por sair, alegando a necessidade de preservar a sua dignidade pessoal.
“Logo a seguir à tragédia de Pedrógão pedi, insistentemente, que me libertasse das minhas funções e dei-lhe tempo para encontrar quem me substituísse, razão pela qual não pedi, formal e publicamente, a minha demissão. Fi-lo por questão de lealdade.
Pediu-me para manter em funções, sempre com o argumento de que não podemos ir pelo caminho mais fácil, mas sim enfrentar as adversidades, bem como para preparar a reforma do modelo de prevenção e combate a incêndios florestais, conforme viesse a ser proposto pela Comissão Técnica Independente. Manifestou-me sempre a sua confiança, o que naturalmente reconheço e revela a grandeza de carácter que sempre lhe reconheci.
Desde junho de 2017, aceitei manter-me em funções apenas com o propósito de servir o País e o Governo que lidera, a que tive a honra de pertencer.
Durante a tragédia deste fim de semana, voltei a solicitar que, logo após o seu período crítico, aceitasse a minha cessação de funções, pois apesar de esta tragédia ser fruto de múltilplos fatores, considerei que não tinha condições políticas e pessoais para continuar no exercício deste cargo, muito embora contasse com a sua confiança.
Tendo terminado o período crítico desta tragédia e estando já preparadas as propostas de medidas a discutir no Conselho de Ministros Extraordinário de 21 de outubro, considero que estão esgotadas todas as condições para me manter em funções, pelo que lhe apresento agora, formalmente, o meu pedido de demissão, que tem de aceitar, até para preservar a minha dignidade pessoal”, diz a carta de Constança Urbano de Sousa dirigida a António Costa.
“A Ministra da Administração Interna apresentou-me formalmente o seu pedido de demissão em termos que não posso recusar”, começou por dizer António Costa numa nota enviada à Comunicação Social.
“Quero publicamente agradecer Professora Doutora Constança Urbano de Sousa a dedicação e emprenho com que serviu o País no desempenho das suas funções”, acabou por dizer António Costa na mesma nota enviada à Comunicação Social.