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Humanidade atingiu o limite de recursos disponíveis do planeta Terra

3 Agosto 2017
Humanidade atingiu o limite de recursos disponíveis do planeta Terra
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A associação ambientalista Zero revelou que a partir de ontem, quarta feira, dia 2 de agosto, a humanidade atingiu o limite e recursos disponíveis para este ano de 2017, mais cedo do que em 2016, ultrapassado apenas a 8 de agosto.
A Zero salienta o peso da pegada ecológica de Portugal, lembrando que “se todos os países tivessem a mesma pegada ecológica do que nós, seriam necessários 2,3 planetas”.
Para os ambientalistas da Zero, o consumo de alimentos (32% da pegada global do país) e a mobilidade (18%) são as atividades humanas diárias que mais contribuem para a Pegada Ecológica de Portugal.
“Num mundo onde persiste uma enorme desigualdade em termos de distribuição de rendimentos e acesso a recursos naturais, estes dados são claros sobre a necessidade de se produzir e consumir de forma muito diferente”, defende a associação ambientalista Zero.
O chamado de Overshoot Day, quando os recursos se esgotam, “indica-nos que estamos a forçar os limites do planeta cada vez com maior intensidade, uma tendência que é urgente mudar para bem da Humanidade e da sua qualidade de vida”, acrescenta a Zero.
Entre as várias propostas da Zero para reduzir o défice ambiental está a aposta numa economia circular, onde “a utilização e reutilização de recursos é maximizada” e que segundo os ambientalistas deverá ser “uma prioridade transversal a todas as políticas públicas”.
“O ponto fulcral deverá ser a redução no uso de materiais, a promoção da reutilização e a extensão dos tempos de vida dos bens e equipamentos. Para ser eficaz, teremos que mudar o paradigma de ‘usar e deitar fora’, muito assente na reciclagem, incineração e deposição em aterro, para um paradigma de ‘ter menos, mas de melhor qualidade’”, defende a associação.
A Zero propõe ainda a promoção da mobilidade sustentável assente em diferentes estratégias, designadamente a melhoria do acesso e das condições em que operam os transportes públicos, a disponibilização de condições e infraestruturas que estimulem a “mobilidade suave” e a partilha do transporte (‘car-sharing’).
“Evitar usar o cartão de crédito ambiental é um investimento no nosso bem-estar e qualidade de vida. Viver com pleno respeito pelos generosos limites do Planeta Terra é a única forma de garantirmos um melhor futuro para todos”, defende a Zero.
A Zero fez saber que o último ano em que a humanidade respeitou o “orçamento natural anual”, fazendo com que os recursos existentes no planeta chegassem para o ano inteiro, foi em 1970, há quase 50 anos.