Última hora

JP Martins é o Fotógrafo de “Um Porto para o Mundo”

24 Fevereiro 2017
JP Martins é o Fotógrafo de “Um Porto para o Mundo”
Cultura
0

Até ao dia 28 de fevereiro está patente ao público, no Teatro Municipal de Vila do Conde, a exposição de fotografia “Um Porto para o Mundo”, da autoria do fotógrafo JP Martins.
A mostra, que ocupa dois pisos no Teatro Municipal de Vila do Conde, inclui 50 registos fotográficos de “Um Porto para o Mundo”, 25 da edição de 2015 e outros tantos de 2016.
O Renovação foi visitar a exposição e conservou com o fotógrafo.

Renovação (R) Quando é que despertou esse interesse por registar o momento dos outros?
JP Martins (JPM) Eu sou filho de um ex-fotógrafo que não era fotógrafo de profissão, que era um fantástico empregado de farmácia, que tinha a feliz mania de ser um super coleccionador de máquinas fotográficas. O facto de existir muito material fotográfico em casa do meu pai e de ter a pessoa em causa, que dominava muito bem tecnicamente tudo o que tinha a ver com fotografia, fez com que eu rentabilizasse o gosto que tenho hoje por fotografar.

(R) Todos os grandes eventos de Vila do Conde são fotógrafos pelo JP Martins. É um orgulho para si?
(JPM) É. De facto é, mas também acho que é o reflexo de muito investimento meu em termos de um percurso que me tem levado a testar, a treinar, a investir, a observar, a visitar, a analisar trabalhos dos outros, a discutir fotografia com os outros, a testar equipamentos, experiências e técnicas e, de facto isto é o reflexo de uma certa relação com um produto final que vai sendo construído ao longo do tempo. Tenho que agradecer à casa que me tem acariciado nesse sentido (Teatro Municipal de Vila do Conde) e que me tem proporcionado fazer fotografia de espetáculo. Tem sido uma experiência altamente gratificante e esse é o reflexo de uma experiência que vem de outras áreas da fotografia, que de uma forma global vou fazendo, que se vai expressando nas fotografias de espetáculo que vou fazendo.

(R) Como é que consegue estar no momento certo, fazer o clique correto, para captar o momento exato?
(JPM) A sua pergunta faz-me lembrar um texto que tenho, religiosamente, guardado em casa, que na altura pedi-o à pessoa que me fez o favor de fazer a apresentação da primeira exposição de fotografia que fiz no Teatro Municipal de Vila do Conde, há 4 anos, que se chamava Teatrum, Valter Hugo Mãe. O meu simpático amigo Valter Hugo Mãe fez m texto com 2 páginas, que fez o favor de me oferecer, que tenho encaixilhado em casa, assinado por ele, onde ele diz que “eu era o homem aranha do Teatro Municipal”, ou seja, ando normalmente por sítio estranhos ao público de uma forma geral.

(R) Baseia-se em algum fotógrafo ou agência para criar o seu próprio registo?
(JPM) Eu assumo que tenho algumas dificuldades em definir o ou os fotógrafos que muito gosto. Eu assumo que, particularmente em diversas áreas, gosto de muito boa gente que me influencia em relação às coisas boas que fazem. Tenho uma brilhante biblioteca e o facto de todos os dias folhear coisas que vão sendo guardadas ou pequenas informações que vão sendo recolhidas ou exposições que continuamente vou vendo podem influenciar o meu registo fotográfico.

(R) Quais são as dicas que o JP Martins dá às pessoas que se querem iniciar na fotografia?
(JPM) A primeira coisa que eu acho importante nesta altura é observar. Tudo é observável e tudo é fotografável. Não é necessário ter grandes e elaboradas máquinas fotográficas. Há projectos fotográficos exemplares feitos com o mais simples telemóvel que pode haver. Basta ter criatividade.

José Pedro Martins nasceu em São João da Madeira a 22 de janeiro de 1961. JP Martins viveu lá por 22 anos, mas as “questões do foro familiar e profissional” levaram-no a migrar para a cidade de Vila do Conde, onde reside, há 33 anos, e é Professor de Educação Física, desde 1983, na Escola Secundária José Régio.
JP Martins é, ainda, o fotógrafo oficial do Teatro Municipal de Vila do Conde.