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Cancro de pele – esteja alerta, não ignore

18 Maio 2016
Cancro de pele – esteja alerta, não ignore
Opinião
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O número de casos de cancro de pele no nosso país continua a aumentar. Estima-se que na população branca, uma em cada cinco pessoas, pode desenvolver cancro da pele durante a sua vida. A 11 de Maio comemorou-se o “Dia do Euromelanoma”, que pretende promover e partilhar informação acerca da prevenção, diagnóstico precoce e tratamento do cancro da pele
É necessário perceber que os cancros de pele não são todos iguais. Os três principais tipos são o carcinoma basocelular, o carcinoma espinocelular e o melanoma (o mais grave dos três).
Apesar de a maioria ser curável, se diagnosticado e tratado precocemente, cerca de 90% destes cancros têm relação com os exageros de exposição ao sol, sobretudo na infância, adolescência e adulto jovem, sendo fundamental a prevenção desta exposição.
Todos nós temos “sinais” na pele e à medida que os anos passam, vamos ganhando ainda mais. A grande maioria destes “sinais” são benignos e sem potencial para desenvolver cancro. O importante é tentarmos perceber aqueles que são preocupantes e que devem ser observados por um médico.
A regra do “ABCDE” permite lembrar os aspetos a ter em conta na observação dos “sinais” de pele. Assim:
A. Assimetria: sinais que são assimétricos;
B. Bordo: sinais com bordo irregular;
C. Cor: sinais com mais do que uma cor;
D. Dimensão: sinais maiores que 6 milímetros;
E. Evolução: sinais que tiveram uma alteração recente de aspeto.
Estas são caraterísticas a valorizar, pelo que estes “sinais” devem ser observados pelo seu Médico de Família ou Dermatologista. Para além disso, devemos ainda estar atentos ao aparecimento de novos “sinais” com aspeto diferente e evolução rápida e à modificação recente de um sinal antigo (“o patinho feio”).
Mas não são apenas os “sinais” que deve observar na sua pele. Outras lesões como manchas ou nódulos vermelhos e rosados, que originam pequenas feridas, comichão, sangramento ou uma descamação frequente e cada vez mais espessa, com dificuldade em cicatrizar são também motivos de alerta, bem como manchas persistentes e esbranquiçadas na boca, que não desaparecem em 15 dias.
Sendo assim, é importante que faça um auto-exame da pele regularmente, procurando lesões suspeitas. Examine:
– O seu rosto, incluindo o nariz, lábios, boca, orelhas e área atrás das orelhas;
– O couro cabeludo, recorrendo a um pente ou secador para dividir o cabelo em madeixas; em caso de calvície, examine com especial cuidado, pois a exposição solar é maior;
– A palma e as costas das mãos, sem esquecer as unhas e antebraços. As unhas também podem ter “sinais” e geralmente são manchas escuras que se assemelham a “pisado”; manchas que não crescem com a unha, são um sinal de alarme;
– Os cotovelos, os braços e as axilas;
– O pescoço, o peito (e no caso das mulheres observar bem a zona por debaixo dos seios) e também a barriga;
– Em frente de um espelho e com a ajuda de outro espelho, verificar a nuca, os ombros e as costas;
– As nádegas e parte de trás das coxas;
– Sentado, a parte da frente das pernas, coxas, o peito e planta dos pés, sem esquecer as unhas e a região genital, com a ajuda de um espelho;
Este exame deve ser realizado regularmente de forma a conhecer bem os seus “sinais” e a sua pele. Poderá também pedir ajuda a um familiar ou mesmo fotografar regularmente as zonas do corpo com “sinais” de forma a poder comparar ao longo do tempo.
Lembre-se que a exposição solar não ocorre apenas na praia. É importante proteger-se do sol, em todas as atividades ao ar livre e especialmente, se o seu trabalho tiver exposição solar (agricultores, pescadores, etc). Evite solários.
Esteja atento, vigie a sua pele.

Joana Gomes Rodrigues
USF Aqueduto