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Uso do transporte público para deslocações em Matosinhos, Maia e Trofa só chega aos 20%

8 Fevereiro 2022
Uso do transporte público para deslocações em Matosinhos, Maia e Trofa só chega aos 20%
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O uso dos transportes públicos para deslocações diárias é de 12% do total na Trofa, 16% na Maia e 20% em Matosinhos, concelhos agregados no concurso público dos autocarros da Área Metropolitana do Porto (AMP), segundo dados oficiais.
Segundo um estudo de caracterização do sistema de transporte público na Área Metropolitana do Porto (AMP), 12% das 23 mil viagens pendulares (“deslocações de uma pessoa entre dois pontos do espaço geográfico”, normalmente residência e trabalho ou escola) na Trofa são feitas em transporte público, sendo essa percentagem de 16% na Maia (em 84 mil viagens) e 20% em Matosinhos (em 102 mil).
Em Matosinhos, 60% das viagens são no próprio concelho, 37% intermunicipais (dentro da Área Metropolitana do Porto) e apenas 3% são interregionais (fora da Área Metropolitana do Porto), na Maia 54% são municipais, 42% intermunicipais e 4% interregionais, e na Trofa 64% são municipais, 25% intermunicipais e 11% interregionais.
Nestes movimentos pendulares o transporte individual é utilizado em 63% dos casos em Matosinhos, 69% na Trofa e 71% na Maia.
Quanto às viagens feitas em transporte público nestes concelhos do distrito do Porto, em Matosinhos e na Trofa cerca de metade das viagens (49% e 51%, respetivamente) são feitas no próprio concelho, ao passo que na Maia apenas 36% são intraconcelhias, sendo 61% intermunicipais.
Os dados constam de uma versão provisória da “Caracterização do Sistema de Transportes em Cada Município” da Área Metropolitana do Porto (AMP), feita no âmbito do concurso público para o transporte público rodoviário na região, lançado em janeiro de 2020, e que por esse motivo incluem dados dos Censos de 2011.
Matosinhos, Maia e Trofa estão integrados no lote Norte Centro do concurso público de transporte rodoviário para a AMP, que terá sido atribuído à empreasa alentejana Barranquense.
A rodoviária de Barrancos (distrito de Beja) propôs um preço de 1,42 euros por quilómetro e uma frota de oito veículos elétricos, 116 veículos com classe de emissões Euro VI e 26 veículos Euro V, segundo os documentos consultados.
Depois de um impasse nos tribunais, o concurso está agora em condições de ser adjudicado, sendo que para Matosinhos estão previstas 29 linhas de autocarro, para a Maia 19 e para a Trofa 16.
Matosinhos é um concelho sobretudo emissor de pessoas para o Porto (59%), único território com mais saídas de Matosinhos que entradas, já que “os residentes da Maia são responsáveis por 25% do total das entradas pendulares em Matosinhos e são o segundo maior destino da população de Matosinhos (17%)”.
Já quanto à Maia, o principal destino intermunicipal para trabalhar e estudar “é o Porto com 45% do total das deslocações pendulares de saída do concelho”, e as entradas “são maioritariamente provenientes de Matosinhos (20%), seguidas de Valongo (15%), Gondomar (14%) e Porto (12%)”.
Na Trofa, o principal destino é precisamente a Maia (26%), e as entradas “são maioritariamente provenientes da Maia e Santo Tirso (16%), sendo ainda digno de registo que “39% das entradas e 30% das saídas no município são de e para concelhos fora da AMP”.
Em cada concelho há também diferenças entre territórios, já que em Matosinhos, por exemplo, o transporte individual tem um uso próximo dos 85% em Lavra e Leça da Palmeira, ao passo que em Guifões, Senhora da Hora e Santa Cruz do Bispo o transporte público representa cerca de 30% das deslocações.
Na Maia, o peso do transporte público não chega a 30% em nenhum dos territórios considerados no estudo (28% em Pedrouços, 26% em Águas Santas e 20% em Gueifães), sendo mais baixo na Barca (11%), Avioso (12%), Silva Escura (12%), Nogueira (13%) e Gemunde (13%).
Quanto à Trofa, o peso do transporte público é de “22% em Covelas e 21% em Guidões”, e mais baixo na União de Freguesias de Bougado (não chega aos 15%).
O concurso público para operadores privados de autocarros da Área Metropolitana do Porto (AMP) acaba com um modelo de concessões linha a linha herdado de 1948 e abrange uma nova rede uniformizada de 439 linhas, incluindo bilhete Andante, com a frota de autocarros a dever apresentar “uma imagem comum em todo o território” da Área Metropolitana do Porto (AMP).
No entanto, o presidente do Conselho Metropolitano do Porto (CMP), Eduardo Vítor Rodrigues, já adiantou que nalguns lotes que foram a concurso (num total de cinco) “há uma possibilidade de revisão da rede até 10%”.