Última hora

Empresa Ramirez anuncia teste negativo a torre de refrigeração e afasta-se do surto de Legionella

19 Novembro 2020
Empresa Ramirez anuncia teste negativo a torre de refrigeração e afasta-se do surto de Legionella
Local
0

Umas das duas empresas apontadas como eventuais responsáveis pelo surto de Legionella que já vitimou nove pessoas, a Ramirez, anunciou hoje, em Matosinhos, que o teste realizado à torre de arrefecimento da empresa deu negativo.
Na passada terça feira, como medida cautelar, a Unidade Local de Saúde de Matosinhos procedeu à suspensão do funcionamento das torres de refrigeração de duas empresas no concelho matosinhense, a Ramirez e a Longa Vida.
Em conferência de imprensa, a diretora de controlo de qualidade da Ramirez, Fátima Barata, anunciou o resultado da análise na sequência da visita do delegado de saúde.
“Esta tarde a [Administração Regional de Saúde] ARS Norte contactou-nos para comunicar e confirmar o que já sabíamos: as análises realizadas à nossa torre de arrefecimento deram resultado negativo”, comunicou a responsável.
Enfatizando que a empresa “cumpre escrupulosamente” as suas obrigações, com duplo controlo, a responsável deu também conta de “duas análises, em dois laboratórios, acreditados e independentes, a MicroChen e a Biogerm (…) ambos com resultados negativos, atestando a ausência de Legionela Pneumophila na instalação” da Ramirez, feitas “após a visita do delegado de saúde de Matosinhos” e “sem prévia intervenção na torre de arrefecimento”.
Neste contexto, continuou Fátima Barata, os resultados obtidos “ilibam a Ramirez de qualquer relação ao surto de Legionela que afeta os concelhos de Matosinhos, Póvoa de Varzim e Vila do Conde.
“Nunca foi detetada Legionela em nenhuma das nossas torres”, insistiu a diretora da Ramirez, especificando que, em termos técnicos, a pesquisa da bactéria “obriga a um crescimento de 10 dias para se ter a certeza da sua existência”.
E prosseguiu: “existe outro teste, que pode ser indicativo, de conteúdo genético, para verificar se existem partículas mortas ou vivas. De facto, no dia 9 [de novembro], quando cá esteve o delegado de saúde, fez-se um teste e esse indicador deu positivo, daí ter sido suspensa a torre”.
A conserveira Ramirez, assegurou Fátima Barata, faz “controlo duplo, porque tem um plano de controlo da Legionella e de outro tipo de água que acontece de dois em dois meses, e a última análise foi em agosto”.
“Uma empresa, mais técnica, que colabora connosco, faz análises de três em três meses, e a última foi a 6 de outubro. E estava tudo bem”, acrescentou a responsável.
O número de pessoas internadas devido ao surto de Legionella na região do Grande Porto diminuiu para 17, com a recuperação de três doentes que hoje tiveram alta, confirmou fonte da Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N).
Desses três doentes recuperados, dois verificaram-se no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, onde continuam internadas 10 pessoas, tendo a outra alta sido registada no Centro Hospitalar da Póvoa de Varzim e de Vila do Conde, que ainda presta assistência a quatro pacientes.
No Hospital São João, no Porto, mantêm-se ainda três pessoas internadas.
O número de casos de Legionella diagnosticados desde o início de surto, a 29 outubro, não sofreu hoje alterações, mantendo-se nos 85, registando-se as mesmas nove mortes devido a complicações associadas à doença.
A empresa de produtos lácteos Longa Vida, em Matosinhos, confirmou, na quarta feira, que foi uma das duas empresas matosinhenses a ter desligado as suas torres de refrigeração “a título preventivo”.