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AHRESP diz que empresas de restauração e alojamento já despediram devido à Covid-19

7 Outubro 2020
AHRESP diz que empresas de restauração e alojamento já despediram devido à Covid-19
Economia
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Cerca de 40% das empresas da restauração e bebidas e 25% das firmas do alojamento turístico já despediu desde o início da pandemia, segundo os resultados do inquérito mensal da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP).
Das empresas da restauração e bebidas que despediram, 29% reduziu o quadro de pessoal entre 25% e 50% e 14% em mais de 50%, mostra o inquérito realizado pela AHRESP.
Quanto ao alojamento turístico, dos 25% das empresas que despediu, 30% reduziu o quadro de pessoal entre 25% e 50% e mais de 25% reduziu em mais de 50% os postos de trabalho.
Existe ainda 18% de empresas da restauração que assume que não vai conseguir manter todos os postos de trabalho até ao final do ano, enquanto no alojamento turístico esta percentagem é de 15%.
Os resultados do inquérito, que decorreu entre 30 de setembro e 4 de outubro e reuniu 1.173 respostas, “revelam empresas desesperadas e sem soluções à vista para evitar despedimentos e insolvências em massa”, alerta a AHRESP.
Na restauração e bebidas, 32% das empresas pondera avançar para insolvência e 14% das empresas do alojamento manifesta a mesma intenção.
De acordo com a AHRESP, para as empresas inquiridas, “a faturação do mês de setembro foi devastadora”, com mais de 63% das empresas da restauração e bebidas a registar quebras homólogas acima dos 40%.
Numa análise ao período de verão (junho a setembro), os dados revelam que 31% das empresas da restauração registou quebras entre os 50% e 75%, e cerca de 29% indicou reduções acima dos 75% face ao verão de 2019.
“Como consequência da forte ausência de faturação, cerca de 9% das empresas não conseguiram efetuar o pagamento dos salários em setembro e 13% só o fez parcialmente”, indica ainda a associação, que insiste na urgência de medidas de apoio direto às empresas, como a aplicação temporária da taxa reduzida de IVA e o financiamento não reembolsável para reforço da tesouraria das empresas.
Segundo o inquérito, mais de 93% das empresas considera que as medidas do Governo “não são adequadas para a sobrevivência dos negócios” e, destas, 81% considera a redução temporária da taxa do IVA dos serviços de alimentação e bebidas “a medida mais importante a ser implementada”.
Quanto às empresas do alojamento turístico, durante o mês de setembro, 18% não registou qualquer ocupação e mais de 19% indicou uma ocupação máxima de 10%.
“Mais de 28% das empresas inquiridas revelou, para o mês de setembro, uma quebra homóloga superior a 90% na taxa de ocupação”, destaca a AHRESP.
Para outubro, 29% das empresas estima uma taxa de ocupação zero e 29% perspetiva uma ocupação máxima de 10%.
Já para novembro e dezembro a estimativa de ocupação zero agrava-se, sendo referida por cerca de 50% das empresas.