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Mais de 100 mil mulheres do Norte do país sem rastreio ao cancro da mama devido à Covid-19

23 Setembro 2020
Mais de 100 mil mulheres do Norte do país sem rastreio ao cancro da mama devido à Covid-19
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Mais de 100 mil mulheres do Norte não realizaram o rastreio ao cancro da mama, interrompido desde março devido à pandemia de Covid-19 e também devido a questões administrativas, disse o presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro da Zona Norte, Vítor Veloso.
Ao contrário das outras regiões do país, os rastreios ao cancro da mama no Norte ainda não recomeçaram devido ao atraso do acordo entre o Ministério da Saúde e o Núcleo Regional do Norte da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC).
“Felizmente, [o protocolo] já foi aprovado em Conselho de Ministros e já foi concedida a respetiva dotação orçamental, estamos agora à espera que seja publicado em Diário da República. Estamos preparados para recomeçar amanhã, se for preciso”, afirmou o presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro da Zona Norte.
Vítor Veloso adiantou que “há quase um mês” que esperam a publicação do protocolo em Diário da República.
Esta situação, de paragem da estrutura, com 70 funcionários e 22 unidades móveis e fixas, “correspondeu a um grande prejuízo do ponto de vista económico, mas sobretudo para a população”, considerou Vítor Veloso.
“Vamos ter nos próximos anos um aumento de mortalidade e, sobretudo, vamos perder o que tínhamos conquistado, que era diminuição da mortalidade do cancro da mama no Norte de 20 a 25%. Sem dúvida, vai ser difícil de o conseguirmos”, frisou o presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro da Zona Norte.
Vítor Veloso lembrou que “ainda vamos ter de conviver com o vírus durante muitos meses, o que acarretará consequências graves para as outras doenças, nomeadamente no cancro”.
“O Estado deve tomar em consideração essas situações”, defendeu.
No caso do rastreio do cancro da mama, Vítor Veloso explicou que cada núcleo regional tem o seu protocolo que se vai renovando anualmente.
“O nosso perdeu a continuidade ao fim de 20 anos e, como sabemos, na administração pública estes processos são dramáticos, porque demoram meses e meses e meses a serem concluídos”, lamentou Vítor Veloso.
Ficaram por realizar “milhares de exames vitais” para detetar este cancro numa população alvo de aproximadamente 630 mil mulheres, acrescentou.
Na altura da suspensão do rastreio, em março, o Núcleo Regional do Norte da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) rastreava os concelhos de Braga, Felgueiras, Guimarães, Marco de Canaveses, Matosinhos, Paredes, Peso da Régua, Póvoa de Varzim, Santa Maria da Feira, São João da Madeira, Valença, Valongo, Viana do Castelo, Vila do Conde, Vila Nova de Famalicão, Vila Nova de Gaia, Vila Real e Vinhais.