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Motoristas de Transportes de Vila do Conde e Póvoa de Varzim operam sem máscaras e luvas

19 Março 2020
Motoristas de Transportes de Vila do Conde e Póvoa de Varzim operam sem máscaras e luvas
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O Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte (STRUN) denunciou hoje que 450 motoristas de dois grupos de operadores privados estão a ser forçados a trabalhar sem máscara ou luvas, desrespeitando medidas para travar o coronavírus (Covid-19).
Em declarações, o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte (STRUN), José Manuel Silva, afirmou que nesta situação estão motoristas do grupo Arriva e do grupo composto pela Auto Viação Landim, Auto Viação Pacense e Albano Esteves Martins & Filhos.
No caso da Arriva, que emprega cerca de 250 motoristas, refere o dirigente, foi dada uma “saquinha com dois pares de luvas e uma máscara”, para ser usada apenas “em caso de emergência”.
“Foi dado aos trabalhadores uma saquinha com um aviso que dizia: atenção é para usar em situação de emergência. Não utilizes se não for necessário. Estes materiais são difíceis de arranjar”, explicou o dirigente sindical.
O grupo composto pela Auto Viação Landim, Auto Viação Pacense e Albano Esteves Martins & Filhos, afirmou que “as empresas adotaram planos de contingência para fazer face a este drama”, estando a proceder à limpeza e desinfeção das suas viaturas.
Este grupo acrescenta ainda que “as empresas a estão a distribuir máscaras e luvas pelos seus colaboradores”.
O sindicalista José Manuel Silva denunciou ainda que os motoristas continuam “a lidar com o dinheiro” e, perante a recusa de alguns trabalhadores em o fazerem, houve ameaças de que no fim do mês não iriam receber o subsídio de agente único.
Segundo o sindicato, o grupo está ainda a “obrigá-los a gozar férias, sem lugar a satisfação”.
“Os trabalhadores até admitem gozar algumas férias porque compreendem a situação da empresa, mas não é todo o período de férias”, disse.
De acordo com a página na Internet do grupo Arriva Portugal, a empresa, que desenvolve a atividade de transporte regular de passageiros desde 1926, tem cerca de 190 concessões, operando mais de 200 linhas em 16 concelhos diferentes (Guimarães, Famalicão, Braga, Fafe, Póvoa de Lanhoso, Vieira do Minho, Barcelos, Santo Tirso, Trofa, Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Maia, Matosinhos, Porto, Terras de Bouro e Vizela).
A Arriva Portugal possui ainda duas operações urbanas, detendo 100% dos Transportes Urbanos de Guimarães (TUG), operação urbana no concelho de Guimarães e 66% dos Transportes Urbanos de Famalicão (TUF), em Vila Nova de Famalicão, e, ainda, uma percentagem de 20% dos Transportes Urbanos de Santo Tirso (TUST).
No caso do grupo composto pela Auto Viação Landim, Auto Viação Pacense e Albano Esteves Martins & Filhos, referiu o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte, os cerca de 200 motoristas não têm acesso a luvas ou máscaras, as entradas de passageiros continuam a ser feitas pela porta da frente e os motoristas continuam a cobrar bilhete e a ter de lidar com dinheiro.
Segundo o sindicato, este grupo também está a pressionar os trabalhadores para irem de férias.
Segundo as páginas ‘online’ destes operadores, este grupo serve os concelhos de Paços de Ferreira, Lousada, Paredes, Penafiel, Maia, Valongo, Porto, Santo Tirso, Famalicão, Trofa, Vila do Conde, Povoa de Varzim, Barcelos, Braga.